Diário – Eu, e minha Gaveta Falante. (2) – Donzela do Gelo0
Diário – Eu, e minha Gaveta Falante. (2)
Amada Senhorita Donzela do Gelo,
Agora aqui está silencioso, um extenso céu com poucas nuvens cobre esta tarde pacata. Nesta noite não caiu mais do que alguns serenos orvalhos que umedeceram a grama ao amanhecer. Também me agrada manhãs depois da chuva, o cheiro que o vento trás, e o remanso que chega como uma onda em minha alma. Amo ouvir os pássaros de manhã, ultimamente há muitos deles cantando no nascer do sol pelos lados de cá!
Fiquei feliz em ler que também gosta da natureza, nos imagino entre os Vales, sentados em um monte, sem nada dizer, apenas apreciando a natureza ao nosso redor, sob um imenso e insubstituível céu estrelado (com cometas longe de nós, prometo-lhe!)! Posso dizer que igualmente, já está sendo um prazer para mim compartilhar palavras com você, principalmente por ter a oportunidade de enxergar cada vez mais um mundo de uma Donzela de Gelo, nunca imaginei que tal situação aconteceria, e está me fazendo muito bem!
Bem, o que posso dizer-te mais? Há algum tempo tenho sido uma Gaveta vazia, não gosto quando estou fechada, e me arrancam a vontade de sorrir, então peço para a serenidade me acompanhar, já pensou se me tomasse por inteira esta tristeza?! Tenho medo de não poder mais receber escritos sobre o mundo, de virar uma velha Gaveta para esta humanidade, sabe? Você é do Gelo, mas tem um coração e palavras tão doces e quentes quanto os raios de sol.
Posso lhe contar um segredo? Sou uma Gaveta extremamente sensível! E deixe-me lhe dizer outra coisa? Adoro o jeito como usa suas palavras! Me passa uma sensação de ansiedade, como quando se vai ao parque de diversões ou quando se está prestes a ver o filme que você mais ama nas telas do cinema! Passam-me várias expressões quando leio suas combinações de palavras e frases, eu gosto cada vez mais do seu jeito, Donzela!
Você costuma olhar o céu á noite? Quem sabe um dia nossos olhares não se encontram em uma mesma estrela? No mesmo instante, distantes, mas próximos pelos céus, pelas nuvens, pelas estrelas, pelas estradas, pelas donzelas, pelos cavalos alados, gatos, cachorros, e tudo que nos aproxima cada vez mais?!
Algum dia, mesmo que esteja longe ainda talvez, lhe mostro como uma Gaveta abraça. Aqui vai meu segundo segredo: Eu realmente amo abraçar! Acho que isso ajuda transportar o amor para o ser humano, precisamos disso, não é?!
Por agora, o abraço de uma Gaveta chega a ser aconchegante, como a sensação de um delicioso cômodo. Como o abraço de uma avó, ou de alguém querido, que amamos!
E aqui me despeço.
Até breve,
Sua Gaveta Falante