Amizade sem partido, imparcial, neutra?
Sorry honey (viu só como duolingo está funcionando my darling), desculpa a formalidade da carta a seguir, infelizmente essa veio assim, my love (Antes que você me entenda mal, as palavras em inglês é um tentativa de ser engraçado, divertido, my Sweet). Sabe como é né, não é exatamente eu que escolho o estilo de como vou escrever minhas cartas. Às vezes elas vem mais divertidas, com gírias e tudo mais, mas as vezes elas vem desse jeito, meio formais e me fazem parecer um idiota. Fazer o que né, é a vida, e de qualquer maneira, num futuro próximo, ao rele-la, é bem provável que eu vá me sentir um idiota por tê-la escrito mesmo... (ficou meio Gay essa introdução né? )
Querida amiga Cíntia, sinto por não estar próximo de você nesses últimos dias, digo isso porque me pesa a consciência ter me afastado, quando, acredito eu, deveria estar fazendo totalmente o oposto. E porque não faço, não é mesmo? A verdade é que eu não sei mais como agir em relação a nós dois. De uns tempos pra cá tenho saído daí com a impressão de que a cada vez que nos vemos e conversamos, você me “odeia um pouquinho mais”. A minha sinceridade, os meus questionamentos e críticas parecem não estar agradando muito. Mesmo que eu não o faço por mal. Você sabe que eu quero seu bem, não sabe? E talvez seja por esse motivo, por querer seu bem, que eu as vezes fale demais, quando, talvez, eu devesse guardar a minha opinião para mim mesmo... Mas por outro lado, se eu não poder ser sincero, dizer o que penso a quem considero como amigo, quem eu quero o bem, para quem mais poderei? Não quero dizer com isso que sempre esteja com a razão no que falo, eu não sou o dono da verdade. Mas, infelizmente eu não consigo “gostar de você como você é”, Não cem por cento. Não é isso que você tem me dito, “Se quiser ser minha amiga, tem que gostar de mim do jeito que eu sou”. Eu estimo muito você, mas, existem algumas coisas que não me agradam e eu não consigo deixar de dize-las. Não quero também dizer com isso que temos que ser perfeitos ou sempre agradar, pois ninguém é perfeito. Mas acredito que o meu papel como seu amigo, é ser, sempre que possível, sincero contigo. Mesmo que uma boa parte das vezes eu seja realmente um pouco inconveniente e sem noção, como por exemplo nessas últimas vezes, em que eu deveria estar consolando ou animando, ao invés de ficar lhe pressionando com o meu cinismo, as minhas dúvidas e piadinhas idiotas. Mesmo que, como já disse, eu não nunca esteja mal intencionado...
A meu ver, todas as minhas tentativas de aproximação não deram certo, e para piorar, se já não bastasse não termos muitos gostos em comum, eu acho que agora passei a lhe irritar bem mais. E para ser ainda mais sincero, eu também acho essa nossa relação muito estranha, pois, mesmo tendo gostos e ideais praticamente opostas, conhecendo bem pouco um ao outro, não compartilhando coisa alguma, mesmo assim, eu não consigo me afastar totalmente de você e vice versa. Porque?
Isso sem falar nos malê entendidos. Às vezes, quero dizer, na maioria das vezes, fico com a sensação de que eu não sou bem compreendido por você. Estou falando Grego? (Estou tendo aulas sobre a Grécia antiga, por isso...) Tenho a impressão que ao dizer ou escrever certas coisas, entendesse muitas outras coisas, menos o que eu realmente quis dizer de fato. Claro que fica sempre a dúvida: O problema está em mim, que não soube me expressar com mais clareza, eu não entendi direito o que se passa, ou o problema está em quem me interpretou? E no nosso caso, a coisa toda tornasse ainda mais difícil, pois repito, nós não somos íntimos, nem cúmplices em nada. Mesmo após todos esses anos, eu não te conheço e você não me conhece, essa é realidade. E, pensando um pouco melhor, isso não deve ser tanto uma questão de “gostar ou não gostar”, de ter ou não interesses em comum... Se pelo menos a gente conversasse mais, os males entendidos não seriam tantos. Mas acontece que você nunca fala o que pensa, o que acha, como se sente em relação a uma coisa ou outra, a vida, o mundo, ao futuro etc etc etc ... Nunca cumpri sua palavra, nunca quer nada, nunca se interessa por nada, eu findo sem saber o que fazer, como agir com você e acabo fazendo merda, falando demais.