Um desabafo, mas ainda vivo

Estou caminhando, coisa antiga, sobre minha adorada areia úmida e fria aos pés do mar. Brisa cândida que avança, numa saudade sóbria, vem de encontro com tanta vontade da vida pródiga. Nuvens alvas que, choram gotas que amaciam a dor da alma. Quantos desejos sonhados que, se perderam no espaço já arrancado pelos anos idos e aflitos. O destino está ai, sempre estará, mas hoje não tenho mais aquelas marcas ladeadas ao meu andar, nem alguns dedos a entrelaçar. Ironias ou descaminhos pelo desprezo arrogante, egoísmo do conforto, paga-se o ônus de uma lágrima caída. Chorei muito e sigo ainda meu caminho, mas sem tristezas ou mágoas exclusivas. Aos desavisados que se julgam tão fortes, acabo pouco a pouco a encontrar uma força oculta, a minha paz. Meu fardo, sempre pesado, por meu desequilíbrio notório, mostra-me meus erros, dando-me o aprendizado pela humildade e proporcionando indulgência ao semelhante e a mim mesmo. A paz do senhor esteja conosco.

Duda Gragnani 2011

Eduardo Gragnani
Enviado por Eduardo Gragnani em 11/03/2016
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