AO TEMPO
À você, tempo inclemente, que me escorre pelos dedos, sem que eu possa, pará-lo ou mudá-lo. Deixo declarado, que não me importo. Pelas desavenças, pelas loucuras, pelos amores, pelas vitórias, pelos delírios, pelos amigos, pela família, pela inspiração, pelo amor, pelas escolhas que fiz, pode continuar escorrendo. Como as areias, eu sigo em frente, e no dia em que chegar a minha hora terrena, eu estarei lapidada e brilhando, como um diamante, e você, continuará sendo, só o inexorável tempo, sem nada de mim, mais, levar.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 04 de fevereiro de 2015.