Mãe
Ainda jovem escrevi, em tua homenagem, um poema, do qual não me recordo, com precisão, os versos... Lembro-me, apenas, ter construído, a partir da pureza adolescente, uma declaração de amor ao sentimento de amor extravasado continuamente dos seus poros.
Exaltei-te a face, o sorriso, as palavras... e tudo quanto exsurgia diante dos meus olhos a se plantar robusto na minh'alma... Por esse poema, colhi um prêmio oferecido aos jovens estudantes da região. Mas, pergunto-me, se foi a cadência poética ou o amor ali descrito, a verdadeira razão daquela vitória... Em realidade, isso pouco importa, agora, não obstante interesse que sobrevivam, insignes, o amor, o respeito e a admiração ali descritos, arraigados na minha vida.
Mamãe, ao invés de tão somente construíres morada no meu coração, dele fizeste domicílio eterno e inextinguível...
Em meu pensar, a respeito de ti, diviso serem as estrelas das noites ineptas para enunciar tuas bondades; as águas dos oceanos insuficientes para asfixiar tua fé inquebrantável e as montanhas que ladeiam nossas terras, quedam-se anemizadas, ante o verdor da esperança, contagiante, expressada nos teus gestos de patriotismo.
Ao pensar em ti, minha Mãe, confundo gata e leoa, mansa e feroz, no carinho ou defesa dos seus filhotes...
Ao ambicionar ser espelho de ti, Mãe poeta, perco-me nas raias do simples arremedo e, ao ensejo de ser educadora, arruíno-me num confronto às palavras, pois não cultivei a abnegação e a benevolência naturais das tuas atitudes.
Ao cobiçar ser teu espelho, Mãe amante atraente, não ultrapasso a falível paixão e, ao desejar ser pura, só consigo entregar-me aos prazeres da carne mais profundos.
Não me foi exeqüível, até o momento, desenovelar os limites da minha incapacidade de ser assim - cabalmente humana - da forma como és, minha Mãe!
Engraçado... ainda hoje, estorvo-me, ao procurar vocábulos ou expressões suficientes para definir-te e, neste momento de inaptidão reconhecida, restrinjo-me a ser a menina-moça de outrora, quando encerrou assim o seu poema:
"Minha Mãe é o ser imarcescível
que eu descrevo nestas simples linhas.
Seu amor é tão grande, imensurável,
que já não cabe nestas frases minhas."
Felicidades, mamãe!!!
Um beijo carinhoso da filha,
Sílvia Mota.
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[Homenagem realizada no Dia das Mães, 13 de maio de 2001, quando a mente fabulosa da minha mamãe ainda conseguia reconhecer em mim sua segunda filha].
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Ainda jovem escrevi, em tua homenagem, um poema, do qual não me recordo, com precisão, os versos... Lembro-me, apenas, ter construído, a partir da pureza adolescente, uma declaração de amor ao sentimento de amor extravasado continuamente dos seus poros.
Exaltei-te a face, o sorriso, as palavras... e tudo quanto exsurgia diante dos meus olhos a se plantar robusto na minh'alma... Por esse poema, colhi um prêmio oferecido aos jovens estudantes da região. Mas, pergunto-me, se foi a cadência poética ou o amor ali descrito, a verdadeira razão daquela vitória... Em realidade, isso pouco importa, agora, não obstante interesse que sobrevivam, insignes, o amor, o respeito e a admiração ali descritos, arraigados na minha vida.
Mamãe, ao invés de tão somente construíres morada no meu coração, dele fizeste domicílio eterno e inextinguível...
Em meu pensar, a respeito de ti, diviso serem as estrelas das noites ineptas para enunciar tuas bondades; as águas dos oceanos insuficientes para asfixiar tua fé inquebrantável e as montanhas que ladeiam nossas terras, quedam-se anemizadas, ante o verdor da esperança, contagiante, expressada nos teus gestos de patriotismo.
Ao pensar em ti, minha Mãe, confundo gata e leoa, mansa e feroz, no carinho ou defesa dos seus filhotes...
Ao ambicionar ser espelho de ti, Mãe poeta, perco-me nas raias do simples arremedo e, ao ensejo de ser educadora, arruíno-me num confronto às palavras, pois não cultivei a abnegação e a benevolência naturais das tuas atitudes.
Ao cobiçar ser teu espelho, Mãe amante atraente, não ultrapasso a falível paixão e, ao desejar ser pura, só consigo entregar-me aos prazeres da carne mais profundos.
Não me foi exeqüível, até o momento, desenovelar os limites da minha incapacidade de ser assim - cabalmente humana - da forma como és, minha Mãe!
Engraçado... ainda hoje, estorvo-me, ao procurar vocábulos ou expressões suficientes para definir-te e, neste momento de inaptidão reconhecida, restrinjo-me a ser a menina-moça de outrora, quando encerrou assim o seu poema:
"Minha Mãe é o ser imarcescível
que eu descrevo nestas simples linhas.
Seu amor é tão grande, imensurável,
que já não cabe nestas frases minhas."
Felicidades, mamãe!!!
Um beijo carinhoso da filha,
Sílvia Mota.
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[Homenagem realizada no Dia das Mães, 13 de maio de 2001, quando a mente fabulosa da minha mamãe ainda conseguia reconhecer em mim sua segunda filha].
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