Você

Você é a causa da minha destruição, a desarmonia de uma alma infame, que desanda desejando os cachos louros de um homem que não sabe se segurar.

A passividade dentro de uma sensualidade guardada por um vestido rodado, cheia de sua carne branca, encantada de bebedeira proposital.

Você sabe o que causa, e os homens não sabem como se portar em volta de você.

Quando você canta, escuto os clarins dos anjos celestes cheio de álcool.

Quando você me nega, dançando, sempre pedindo por mais atenção.

Quando você dança, quando grita, quando canta, quando geme, suspira, agarrando essa louca cabeça.

Escutando palmas te embelezando, olhando para os olhos da alma pervertida, que só quer saber do prazer.

Causando e criando sonhos dentro de sonhos, todos os desejos enquanto escuto coisas que não gostaria de ouvir.

Cachos dourados que me embriagam como a cerveja que você segura.

E me deixam cheios de sonhos que me lembram os pesadelos de quando eu teria você.

Mas jamais vou ter...

Porque você está ai, eu estou aqui, sentado na frente de um teclado, enquanto você olha querendo saber o que eu estou fazendo. Enquanto escrevo e descrevo um anjo em pele branca como marfim.

É nesse marfim que quero tocar, é nesse marfim que quero amar, desejar, criar um sonho dentro do meu próprio pesadelo. Enquanto você ri, e desanda dentro dos seus cigarros amassados no decote firme, que é delicadamente generoso quanto o suave drink que você toma.

Maldita seja, queria eu dormir com você está noite, mas não poderei...

Enquanto você está ai, no seu canto, na sua, eu me mordo sabendo que eu poderia ter ao menos uma chance que seja...

Enquanto estou aqui, a chupar o dedo enquanto poderia estar mamando em outras coisas mais.

Sentindo o cheiro, o sabor da suave pele macia e branca, desejando, sonhando, tocando...

Quando tudo poderia ser sonho, enquanto você poderia ler, enquanto você teria a chance de ver, o que eu realmente quero, o que realmente desejo, é você...