Prima Donna
Quando o rosto cola um no outro, cada um sente seu próprio perfume,
Quando cada um sente o perfume alheio, e aquele beijo se torna quase real,
O impossível se torna realidade, ou não.
A dança agarrada se torna tesão, a cintura, as mãos, tudo colado, o rosto, o suspiro, a paixão carnal.
A respiração colada, aquele riso forçado, a dança que nunca desejaria que acabasse.
Mas acabou quando seu pescoço esticou deitada sobre meus braços, me mostrou só o fogo ardendo em paixão.
A arte da dança se torna poesia, quando os rostos se colam, e a velha Madonna canta.
Quando todas as rosas se tornam espinhos, passados ou futuros, reais e incertos,
Quando o amor nasce da mais pura forma a primeira vista, quando a paixão incandesce, e o fogo fica a vista,
A vontade cresce e o desejo se torna irreal, amando ou desamando quando o amor se torna poesia.
Eu vou enlouquecendo com seus passos, onde você aprendeu a dançar assim demônio branco?
Meus pés tremem quando fico ao seu lado, meus movimentos e palavras se tornam incertos quando tudo o que eu quero é apenas...
O fogo da paixão arde, enquanto a arte dos pés que sambam ao som de uma cantora amante do voyeur nos olha com olhos de carnificina carnal.
O sonho cresce, mas está na hora da dança acabar, a música parar, e as palmas estão ai, crescendo e aumentando no holofote que se abre no coração do mundo,
Que vai girando e girando, enquanto a vontade do beijo só aumenta...
Tudo se torna confete, tudo se torna maldição de uma noite de sonho de verão.
Quando tudo o que eu quero, é o seu coração.