de tanta desatenção...
Para que escrever livros se os olhos nãos os querem ler? E de que serve a música se os ouvidos se ocupam de barulhos? Para que a lua ficar nua se ninguém presta mais atenção, além da televisão? A carabina, o crak e a cocaína estão na paralela de nenhuma menina. E é de dia, e de noite nas esquinas deselegante, deseducando. As coisas falam, nós apenas dizemos o que elas falam; nas flores pelo seu perfume, pelo som das pedras que desliza e nas águas que pelos rios se rolam. Alguns tucanos, que charlava, bem-te-vi Beija-flor que arrulhava, e outros pássaros todo empertigado passavam por aqui, fazia belas apresentações, mas por falta de atenção resolveram voar para longe, para além da visão míope de desatenção.