És o meu conforto, Zé
Zé, que saudades senti de ti, saudade de como você me ouve, como me entende e como consegue me confortar, e conforta como ninguém mais consegue. Estive cansada de erguer os lábios em um sorriso, querido, nunca fora tão pesado, mas eu tenho que suportá-lo, entende Zé? Por todos aqueles que estão a minha volta e querem me ver bem ou por aqueles que preciso parecer bem para que eles sejam capazes de sorrir. Com você não preciso de nenhuma dessas máscaras, posso descarregar todo meu peso sem precisar engolir o choro. É bom ser de verdade, e você me possibilita esse sossego, meu bem. Eu queria tanto poder não fingir absolutamente nada em tempo integral, mas as pessoas não permitem que você se mostre. Quando falam que é importante ser quem você realmente é, Zé, querem dizer que você deve ser – ou fingir ser – aquilo que querem ver. Não gosto de ter que generalizar, mas você, meu anjo, foi o único que veio a minha mente que eu poderia dizer que é uma exceção. Faz-me todo esse bem mesmo tão distante. Queria poder te sentir mais perto, mesmo que de vez em quando; mas confesso que tenho um pouco de receio que você se aproxime e as coisas mudem entre nós, porque é fácil amar quem estar distante, quando não se convive com seus defeitos, quando não se tornar rotina, vira monotonia, cansa. Tenho medo que se canse de mim. Você continuaria a me cuidar mesmo próximo, não é Zé? Por favor, diga apenas a verdade, quero retribuir a segurança de poder ser sincero que você me oferece. Obrigada por tudo, Zé. Nunca te esquecerei.