Quando deixa de importar

Hoje, como de costume, passei o meu perfume, aquele que você gosta, uso-o em uma ocasião: Quando vou te ver. Eu cometi um grande erro que comumente todos nós cometemos não se deve relacionar nada – seja música, momento, frases, odores, filmes... Não importa o quê – à alguém; porque o alguém se vai e a coisa fica junto ao seu significado e a lembrança do que se foi. Das duas, uma: ou você começa a odiar aquela coisa por trazer a tona memórias impertinente ou se segurará a ela para tentar saciar a saudade. O meu erro foi associar meu perfume a ti, inocentemente, como que quisesse em mim algo exclusivo teu.

O fato foi que te esperei em vão, você não apareceu, mas o cheiro – o meu cheiro teu, que era seu cheiro meu – se impregnou em meu pulso e ardia em minha pele à sua distância de mim, posteriormente foi como se estivesse infiltrado em meus vasos e artérias e machucasse cada célula irrigada por aquele tóxico rio vermelho, e meu coração, concentrado de toxinas, já quase morto.

Posso dizer também que mudamos os significados das coisas se quisermos, mas é assaz complicado abandonarmos algo que nos faz bem, ou que mantenha vivo o que já nos fez. Eu jamais deixaria de usar aquela fragrância por alguém que vale tão pouco a pena, apenas pararei de te esperar ou de procurar, você perdeu espaço em minha vida, agora em meus pulsos está o cheiro da minha superação. E já não arde mais.