Malditas Bruxas
Malditas bruxas que lêem a minha mente,
Sabem dos meus desejos e vontades,
Algumas compartilham, enquanto outras morrem de desdém.
Queimam em fogueiras suaves suas risadas escondidas,
Assando de leve em banho Maria.
Se afogam no fogo brando daquilo que chamam de paixão, enquanto cutucam a minha mente com suas fantasias de fio dental.
Um gosto suave de doce de leite arde no fundo da garganta pedindo por mais, mais amor, mais despudor, mais calor dentro do seu louvor,
Que se encontra em um pedestal feito da carne pecaminosa.
Enquanto anseia por liberdade, com hormônios a flor da pele de ébano,
Tendo entre seus dedos a cor do pecado original, mordem a maçã sagrada e dourada de Éris, criando sua própria discórdia dentro de si.
Nessa confusão interna que queima como o fogo infernal, assam dentro de si, um amor carinhoso e charmoso, feito a partir da voz sutil, quase infantil,
Que só faz minha cabeça - as duas – girar.
Ofereço meu corpo e voz em troca de historia e vida eterna,
Que dentro de suas magias, só se sai fantasias.
Se contorcem para entender aquilo que chamam de amor, e clamam por esse temor - ou tremor?
Tremem diante de meu cérebro, malditas bruxas que só fazem de mim papel, me usam e abusam, fazem de mim boneco de paixão inerte e vivo.
Fazem minhas loucuras parecerem reais, e meus sonhos se tornam pesadelo,
Giro nas minhas asas de Ícarus, e encontro um sol quente, que só sabe queimar meus pecados, e dentro de minhas virtudes, minhas bruxas - malditas sejam - só me mostram o sacrifício da carne,
Enquanto elas queimam no pau de sebo, amarradas pelas cordas de um amor que o dono é um mestre ventríloquo.
E eu fico perdido em meio a chamas minhas, criadas por bruxas que me rodeiam, infestado de pensamentos sórdidos, que só delas, e a partir delas brotam,
Sem saber o que fazer, deixando o fogo delas arder,
Sem nem sequer me mexer para apagar, ou só reacender esse amor - ou pavor?
Fico descontente, mas consciente, que numa fria dessas, entrar eu não vou, muito menos me amarrar,
Serei eu o ventriloquista, dono das cordas da discórdia que prendem suas mãos e pés,
Deixando vocês morrerem de sede, queimando no fogo lento que é o seu amor,
Sendo donas, de todo esse dissabor,
Deixando livre, minha mente de criador.