A minha derrota, Zé.

“Estou um caco”. Acho que é essa a expressão que se usa quando você está mal ao ponto de não saber explicar quão mal você está. Então é isso, estou um caco. Acho que fiz a escolha certa, eu apenas não consigo acreditar que seja porque não estou feliz. Eu ainda a amo, Zé, e como amo; sinto que essa decisão foi a mais errada que já fiz, mesmo que tudo e todos me digam o contrário. Zé, você é o meu único conforto além dela, Zé... Queria tanto que você estivesse mais perto, que vocês dois estivessem mais perto, que fossem mais perto. A verdade é que estou contente em poder contar contigo, acredite que é só contigo que eu posso contar sem ter que ouvir coisas do tipo “você fez o que deveria ter feito” ou “se mantenha firme, quando está no caminho certo você tem que continuar nele. Aguenta, depois passa”. Pode ser, Zé, que eu realmente esteja no caminho certo, mas está machucando; se fosse o certo não deveria doer tanto, não é?

Estou sem saber o que faço, Zé. Estou me sentindo horrível, como se você pagasse tudo o que você sempre quis e jogasse fora. Não acho que ninguém vai entender isso, por isso que estou precisando tanto de você, mesmo que só para me dizer uma ou duas palavrinhas, mas elas seriam tão reconfortantes. Estou precisando de conforto agora, eu perdi o meu. Está difícil, Zé. Só você nessas horas para me dar o mínimo de sossego que eu tanto preciso. Eu sinto que eu errei, e sou a única que penso isso; estão me cumprimentando como vitoriosa, mas me sinto a campeã dos derrotados.