A última carta

Essa é a última carta que lhe escrevo. Essa é a minha carta de despedida. Recuso-me a entrega-la, é apenas o adeus que você já pôs há tempos. Entretanto agora eu enxergo que acabara muito antes das palavras exaustarem, o amor já me foi mais importante, só que agora, depois do tanto que chorei, nem uma lágrima me escorreu a face. Não sei se isso é bom.

Meus sentimentos por ti estão calejando, você vai se afastando e eu me acostumo com tua ausência. Hoje me adéquo facilmente as limitações que impuser. Cuidado para não chorar mais do que eu. Apenas um detalhe: não é uma decisão provisória, então esteja apta, como agora estou, a lidar com todas e quaisquer consequências das nossas escolhas, porque eu já estou aprendendo a ficar bem.

Quero ressaltar que acho um tanto quanto inadequada sua postura nesta ultima semana, até incoerente, pois passou de se entregar pra mim em meus braços enquanto ria e um controle à não cair em tentação, e num instante seguinte queria coisas completamente diferentes e impôs um limite que, realmente, não era o esperado naquele momento. Só que eu ainda lembro de cada palavra, cada empurrão e todas as vezes que me afastou de ti, e meu coração agora está resistente, mais inabalável. Você provocou isso.

Eu, sinceramente, acho que você está colocando problemas pequenos como o fim do mundo, detalhes que poderiam ser facilmente resolvidos, besteiras que podem ser mudadas. Não vou intervir em sua escolha. Já passou, e muito, do momento de eu começar a me dar o devido valor. Não posso mais ir contra os empurrões e, deixo claro, sempre aparece alguém pra suprir a falta. Então responda a minha pergunta que seguimos com nossas vidas: Está segura de sua escolha?