Máscara

Minha máscara caiu,

E eu não consigo mais me esconder.

Estou frustrado e me sinto inibido, acabei de perder meu sorriso.

Já não tenho mais brilho,

Virei confete, farsa.

Minha roupa se torna purpurina e eu estou nu diante da multidão.

Sou agora confusão pura, pleno caos dentro do meu ego,

Estou perdido, cansado e farto.

Sem força para amar novamente quem eu julgava ter amado.

Estou perdido dentro das minhas próprias emoções,

E eu não faço a menor ideia de como sair.

Minha mente fica bagunçada, e eu me sinto só, com ideias malucas dentro do meu seco paletó.

Não sei mais esconder, desaprendi a mentir, minha máscara rachou e quebrou,

Partiu em dois quando bateu no chão duro de terra batida.

Minha verdade se torna mentira, e minhas mentiras se tornam vilanias.

Me torno podre, sem moral.

E todos tem uma prova disso, me causando mal.

Não tenho para onde fugir, fico preso no labirinto de desejos escondidos, não correspondidos.

E essa vida bandida me massacra, tortura, mas não me mata.

Quer me ensinar a sofrer e crescer, e pra isso tenho que perder o meu maior querer.

Minha máscara caiu hoje, e eu não sou quem eu era, me mostro diferente, delinquente,

Sem saber para onde correr, como se fosse uma criança assustada, fico com medo do desejo.

Me torno real e brilho como nunca, e isso machuca.

Me torno adulto sem ter sido criança, e minha verdade desaba.

Meu confessionário queima em chamas irreais, e minhas mentiras vêm a tona.

Sou imaturo, adulto sem saber o que fazer, me escondo debaixo da cama para ficar sem temer, me torno menino medroso, combatente de verdades irreais que eu invento para tentar colar minhas verdades quebradas.

Colo minha máscara com mentiras bobas, fico cheio de marcas, e minha vida se torna amarga.

Construo um castelo de cicatrizes verdadeiras, feitas de mentira, e o castelo tem a cara da minha máscara. Faço dela minha fortaleza, mas eu continuo nu, cheio de brilho falso, purpurina e confete da madrugada longa e cheia de medos.

Minhas coisas não me dizem mais quem eu sou, meu gestos não correspondem pra onde vou, minhas palavras me traem nas mentiras surreais e eu me perco na luz acesa debaixo do cobertor.

Sou menino homem, mentiroso verdadeiro, com máscara de ferro cheia de marcas, colada com medos e receios. Sou homem-lobo, matando verdades para sobreviver, engolindo nomes que me fazem esquecer a realidade.

Não entrego o jogo, perco a máscara mas não perco a mentira, escondo a verdade para trocar por uma amalgama melhor, jogo com cartas marcadas dentro do meu próprio castelo, luto contra minhas próprias palavras, me torno sujo como confete usado, tento perder essa brilhantina falsa, me lavar dessa purpurina que só me faz chamar a atenção. Quero perder esse hábito de monge falso, ser real com uma máscara.

Ser paradoxo, mentiroso verdadeiro, assumindo a culpa pelos meus próprios erros.

Recuperar a máscara, colar junto ao rosto meu.

Quero me perder entre as verdades mentirosas do mundo.

Quero minha máscara de volta,

Quero uma infância nova.

Minari
Enviado por Minari em 17/04/2012
Reeditado em 18/04/2012
Código do texto: T3617952
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.