O homem sem rosto em analise

Parece que as coisas tem vida própria, que elas tem perna e saem por ai andando sem corpo, que há uma força maior do que nós, que não nos deixa ser aquilo que no fundo queremos ser, que essa força misteriosa nos prende sobre prisões imaginárias, muros invisíveis, moinhos de ventos, que ela vai nos aniquilar antes de ser o que queremos ser, que não há vida peculiar a não ser em nós, que não somos em si sujeitos conhecentes, mas conhecidos, que o mundo somos nós, mas não foi nós que o construímos, ele é uma puro produto da imaginação humana que deseja, esse mundo que não faz parte de nossos anseios mais íntimos, ele é impessoal, destinado a ser sem destinação própria, sem culpabilidade intensiva, e sem enredo de sentido vivo, porque cada qual sofre e não sabe porque foi vivido, mas acredita no que foi imaginado.

Os outros são planetas que giram ao nosso redor, como se fossem mundos não compostos de nossa própria substância, somente em nós há existência de vida subjetiva, somos no fundo uma lua com oceano, sendo que estamos em um único ponto do Universo entre possibilidades infinitas; eis um dos maiores pensamentos do Eu.

Nascemos sabendo, a falta não nos toca como questão de condição, todos os momentos já nos foram-nos destinados sobre a roda da fortuna, nosso mais bravio lema de navegação é; “não negaras sua existência”, conformarás com o que tens e possui, o mundo é lugar cansado onde os sonhos são misturados de tédio e desilusão, mas há um lugar muito bonito que poucos são aqueles que são vistos, conjuga e degenera tudo, a não ser sua magnitude, essa não deixe cair em tentação jamais, olhe as coisas aparentes, mas não esquece que um dia, o mundo desvanecerá como uma fumaça, então porque construir castelos onde não há areia e nem crianças para construí-lo.

Há um preceito inexorável pelo inexprimível, que “ a vontade nunca deve de ser aparentada, esteja sempre vestido, pois é na festa de mascaras que as fantasias sai a caça”

Eu nunca tinha visto um rosto, para meus olhos era como se visse um enigma, o que existia apenas era o espelho que da qual via meu próprio rosto, ah como ele era belo...

Ainda não tinha conhecido a feiúra, era como um quadro que a imagem nunca se modificava, tudo o que escutava nada alterava da aquilo que sentia, porque se eu já tinha o sentimento, para que precisaria em si pensar, quando muito antes já havia visto de tudo, mais menos o meu próprio rosto, se eu pudesse vê-lo, como seria bom, sei que embebedaria a alma de noticias que não conduziam com aquilo que sentia, meu maior divertimento era ver aquilo que estava em auto-imaginação, de tudo que provei aquilo que mais saboreie foi comigo quando estava vivendo no invisível.

As coisas têm vida própria, elas são regadas de sentidos, isso é que faz do absurdo uma introdução ao mundo.

( Poeta das Almas )

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 14/12/2011
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