Pára-quedas de lençóis

Sob pára-quedas de lençóis, voam frangos das mangueiras. Na Fazenda dos Cata-ventos, sou salvo de boi bravo. No quebra-mar de Laguna, sobre as britas juntos, partilhamos um par de sandálias. No Morro do Cruzeiro, observamos cansados os mistérios da velha Serro. No sobrado do vovô Benjamin, conheci os escravos de Jó e os mecanismos do realejo proibido. Nos céus do Prado, vejo piruetas malucas, agora eternas, e respiro aliviado ao ver sumindo no horizonte , as asas balançantes do T.6. Chupo as balas tiradas da batata mágica de sua perna. Escuto a velha Smith corona batendo incansável na madrugada, os vôos solitários de “Pilotos Novos”. Leio infinitas cartas borrando salgado as tintas verdes da saudade de um irmão que não é só meu.

Raw Lin Son
Enviado por Raw Lin Son em 03/12/2011
Reeditado em 03/02/2012
Código do texto: T3370254