Carta à Distância

Cara trilha que me separa,

Escrevo-te, não sem pesar, para descrever o que minha pele não ousa negar! Nem por um segundo, alías, me esqueço, o que é real e me marca, e o que é intangível e me afasta!

Ah, podia me dar uma folga, que tal!? Passa lá em casa, a gente toma um café, senta e conversa... você, quem sabe, não tiraria umas férias! Ótimas férias pra distância virar mais perto!

Mas não tão perto também, que é pra eu ter que caminhar pra chegar sempre... o importante, você sabe, é o caminho! Mas se o caminho é longo demais, a gente cansa, não desiste, mas se desgasta.

Ei, Distância, não se faça de rogada, ok!? Tem sido uma companheira fiel, admito, mas chegou a hora de nos separarmos... pra bem longe um do outro, que tal?

Deixa minha boca passear tranquila por outros caminhos agora, deixa minhas mãos alcançarem sem esforço o que a mim é fácil de enxergar; não, não estou falando de fantasia, tampouco de verdade... relatividade, talvez...

Só sei que preciso é me aproximar, e só posso conseguir se você deixar, portanto, por favor, se não for muito incômodo: desdistancie-se!

Do sempre seu de alguma forma ou não,

Eu.

Diego Filipe Araujo Alcântara
Enviado por Diego Filipe Araujo Alcântara em 26/11/2006
Código do texto: T301539