O dom eterno da paixão
Por somente pensar em ti, desfaço-me em poesia. És o encanto de uma vida inteira... o sonho... a paz...
Procurei-te ao sabor de todos os beijos, à sofreguidão de cada abraço, em todos os pecados cometidos, em cada desilusão... Chamei por teu nome, quando nasceram minhas saudades e afoguei-as em cada lágrima. Milhões de vezes afoguei-as e milhões de vezes salvei-as. Porque, ao salvar tua lembrança, mantinha a possibilidade de concretizar o meu sonho.
Amei-te em cada movimento dos meus cabelos soltos, no colorido das unhas, nos pelos intactos - dourados e ouriçados - ao teu fetiche. Senti tua presença nos troncos das árvores plantadas pelas esquinas, e, em todos os portais senti a força do abraço que me apertava insano. Ouvi tua voz no cantarolar das emoções e fiz-me busca constante... Pelas primaveras da vida, desfiz-me em saudades e senti o teu perfume na minha solidão.
De tanto procurar, cansei... e quedei-me em silêncio a relembrar o passado... Desse silêncio, renasceu a poesia que despertavas ao simples toque das tuas mãos ou ao sorriso do olhar... Lembrei-te outra vez.
Então, a partir do silêncio, da poesia e da lembrança imortal, o mundo devolveu-me a ti em forma de canção... Agora, temos a possibilidade de reviver aquele amor, mas, a tudo isso entrelaça-se um medo enorme de perder-te outra vez...
O que fazer, se despertas em mim o dom eterno da paixão?
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 23 de maio de 2009 - 17h30