Queridos irmãos

Este será um Ano Novo especial para nossa família...
Fomos premiados com a vida do papai...
Que as dificuldades enfrentadas nesses
últimos dias do ano sirvam de reflexão,
a cada um de nós.
Admiremos as coisas simples.
Sejamos felizes.

Espelhemo-nos no exemplo de fé e força da mamãe,
que nos momentos de maior dificuldade
clama por seu amado e pela sua vida.
Onde armazena essa mulher, tanto amor, esperança e fé?
Sejamos fortes como papai - nosso herói -
que desafia os males do corpo
e briga por viver ainda mais o seu amor junto à mulher
que escolheu para ser sua alma gêmea
e a quem jurou proteger por toda a vida...
Onde encontraremos um amor assim?

Lembremo-nos de nosso irmãozinho Salvador,
que tão cedo se foi do nosso convívio,
após mostrar-nos o significado da ternura e adoração,
através daquelas lindas mãozinhas que entregavam singelas violetas à mamãe, todas as manhãs,
em vidrinhos-vasos de homeopatia...
Onde se esconderá essa criança que procuramos encontrar no semblante de nossos filhos?

A doce irmã Zizi,
com aquele lindo dourado-avermelhado nos cabelos de "Rapunzel",
a contar-nos histórias
e a criar-nos personagens...
Nossa deusa e nossa índia guerreira...
Onde estará a menina-pó de pirlimpimpim, que nos levava ao mundo dos sonhos?

Ah! Geraldo Luiz... carinhoso e meigo "i",
que nos encantava com o dedilhar dos seus dedos ao piano
ou com a doçura da voz cantarolando, escondida, dentro dos banheiros...
Enamorado silencioso das irmãs... o mais apaixonado, talvez...
Parecia tão frágil, mas tornou-se tão forte diante da vida...
Onde se encontram a pureza e a esperança daquele menino lindo e poético?

Doce Miguel... escondido no jeito machão, corajoso e atrevido de ser...
O mais sentimental...
O filho lindo e forte, de cachos dourados, que todos desejávamos ter um dia...
A cantoria no berço, pela madrugada afora, dançando...
As inúmeras empadas devoradas num só dia...
Onde encontraremos símbolo de força, coragem e beleza, igual?

Nancy, Nancy, Nancy... frágil e terna...
a irmã que eu e Zizi pedíamos, insistentemente,
ao ouvirmos a valsa com seu nome ecoando daquele rádio sobre a cristaleira...
Nós a tivemos, através da humanidade e amor de nossos pais...
Onde está a musicalidade que inspirou os nossos sonhos?

Lili... negra como a noite, branca e fugidia como a ilusão...
Por onde andará a boneca negra dos nossos sonhos?

Luiza... dos braços fortes, voz rouca,
dos quitutes gostosos, da rebeldia...
Onde estará aquele desafio pelo desconhecido?

- Em que recanto escondeu-se a nossa esperança? -
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Fico a refletir... onde estará o melhor de nós?
Sabemos desfrutá-lo?

Beijos.
Sílvia Mota.
2001/2002
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 15/01/2011
Reeditado em 18/05/2016
Código do texto: T2731362
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