Querida D.
Eu sei que você já não gosta mais de mim.
Eu sei que já não me quer mais.
Que já nada significo pra você.
Eu sei que estou fazendo o papel de ridículo.
De palhaço, de tolo te dizendo todas estas coisas.
Eu sei que você já não acredita mais no que eu digo.
D.
Eu sei que nada mais sou pra você.
Eu sei que já não adianta mais rezar.
Já não adianta pedir, implorar... sei lá.
Eu sei que esta dor, esta falta que sinto de você, vai passar.
Mas é que ainda te amo, e te quero aqui perto de mim.
Ainda te desejo com muita força, e o tempo passa D. ,
E eu não te esqueço, mas vou conseguir... Você verá.
Até lá, saiba que, eu ainda sou seu, como antes, como sempre fui.
Saiba que ainda sinto saudades do teu beijo.
Do perfume dos teus cabelos.
Do cheiro da tua pele.
Do teu sorriso, assim meio sem jeito, malicioso.
De ti toda por inteiro, nos meus braços, dormindo quieta.
Do teu não e daquele sim, tão esperado.
De nós dois juntos, caminhando de mãos dadas, por aquela praça.
Aquela, que ainda está lá, abrigando outros casais, amantes, como nós.
Sinto tua falta, que posso fazer? Não sei fingir, só sei ser assim verdadeiro.
Quanto tempo pode um amor sobreviver sem alimento?
Quanto tempo? Me diga, se você souber.
Será que ainda vou te ver e te ter como a uma mulher?
Sei que diz que não, mas será verdade? Quem mais te amou como eu?
Terá existido esse alguém?
Vivo dia a pós dia já sem acreditar no que sinto.
Porém como negar tua presença aqui dentro?
Quero sossego para o meu coração, mas não acho.
Quero descanso para meus pensamentos, novo rumo para os meus sentimentos.
Quero, mas não consigo, porque tenho você D. nos meus olhos,
No ar que eu respiro, no meu peito, batendo ainda alto, gritando sem parar.
No meu desejo mais profundo, livre sempre a voar.
Um beijo meu.
Salvador, 11 de abril de 2008.
08:42.
Allan Cal.