TEXTO DA CAPA DO LIVRO; a cidade dos meus contos,cantos,encantos e desencantos
Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá suas preocupações próprias. E se de repente, a gente não sentisse a dor que a gente finge. E sente se, de repente a gente distraísse o ferro do suplício. Chico Buarque.
São Paulo quanta dor há no lobrigar que te vejo uma São Paulo meu amor, com todo defeito te carrego no meu peito. Tom Zé. [Autor]
São Paulo tem Socorro, tem Liberdade, tem Bom Retiro, tem Esperança, tem Augusta, Aurora, Largo dos Aflitos, Consolação. Gente do Norte, Nordeste, aqui no sudeste, batalhando neste mundaréu que só cresce. Venha até São Paulo viver a beira do estresse. Itamar Assumpção. São Paulo do turismo é encantador, furtivo. Venha pra ver a São Paulo que não mostra na TV. É indizível, venha ver o Rio Tiete, Paraisópolis, monóxido de carbono misturando-se na selva de pedra é um tugúrio das mazelas. Está tudo organizado pra não se pensar. Não temos tempo. É só trabalhar. Muito pão e circo, cachaça no bar, futebol pra aplaudir, um crime pra comentar, carnaval pra distrair, novela pra sonhar, aleluias e testemunhos pros desencantos espantar este viver na perfídia.
Entendi: A ideologia de classe. Não nos deixam pensar; raivoso com o poder que tenta nos controlar fico enternecido com meus iguais.
A cria palavra que quer dizer tudo. Palavra que muda, palavra que é dócil feita de luz e encantamento, minha criatura quer ser poesia misturando letras que invento do meu pensamento, não é literatura, mas pode ser moldura que vá habitar o coração.
Enquanto o tempo passa rápido o estresse me fez embevecido. Fechei os olhos infatigado e descansei dos pensamentos anímicos.
Vieram as palavras anteriores ao entendimento. E compus estas lancinantes palavras assim batizadas: A cidade dos meus contos, cantos, encantos e desencantos