Despedida

Olá, hoje agora informo-lhes que uma carta em minha terra caíra em minhas mãos, não sei por qual motivo a encontrei ao certo, mas tenho-a entre meus dedos e sinto um dever descumpridor em entregar-lhe. Não tenho nada além do nome do remetente e do nome do endereçado. Não tenho endereços, apenas duas cidades e uma data. Ausentarei o nome da cidade originaria e o nome do remetente, este apenas importa à quel lhe é direcionada, a única cidade que permanecerá com seu nome à mostra será a cidade aonde encontrei esta despedida incabada e perdida. Algumas palavras que aqui estão são deduções, pois lágrimas agraciaram com sua claridade e dissolução durante o escrito, espero não ter alterado nada...

Este documento só é interessante àqueles que o possuem na alma, não acredito que vós todos que lereis entenderão, mas espero que compreendam. Contudo, aqui está a "Perdida Despedida":

28-12-2008; P...*

Querido, chegada é a hora em que me despeço.

No meio de tantas circustâncias eu agora devo-me ir. Mas saiba que só houve uma coisa qual me fez resistir com pelo menos o mínimo de força que sei que tenho... Você.

Tenho de partir antes (e para) que todas as cinzas se extinguam. Eu não posso e nem devo manter-me presente nestes restos de dias, mas quero que saiba que você foi tudo 'pra mim, e agora, preciso recomeçar do zero.

Eu nunca havia pensado que aquele "cara" (que eu acha volúvel...rs) e que eu simplesmente mais que admirava se tornaria parte tão significante da minha vida. Nunca pensei que metade das coisas que aconteceram aconteceriam... E também que agora eu estivesse a escrever esta carta afogada.

Não sei se posso dizer se este ano foi bom ou ruim, eu tive os melhores dias (e madrugadas...rs) da minha vida, mas também tive alguns (muitos) dos piores. Desculpe-me se a carta ficar ilegível¹, mas são apenas acidentes. Voltando, eu acho que posso dizer que foi um ano equilibrado, na medida do possivel, tudo se manteve entre a loucura, a tristeza e a alegria. E no final tudo completou para que não faltasse nada. - Antes o vinho, agora o fel.

A partir do dia de amanhã² eu não sei o que será de mim, não sei se desistirão de me expulsar ou se me resguardarão por mais algum tempo, para que eu continue nesta terra de misérias e estupidez. Em todos os casos, minha vida não está plena em minhas mãos.

Saiba, amor, antes de eu ir, que você foi e é a melhor pessoa que eu já pude conhecer em vida, eu me sinto orgulhosa em ser tua amiga (perdoe-me por isso), e sinto muito, muito mesmo, em ter de me distanciar. Espero que saiba também, que só quero que fique bem, e que daqui para a frente tua estrada se resolva, eu apenas desejo isso. Não serei mais o impecilho distante do medo e da preocupação, igual quando o motorista se vê com os faróis apagados em plena rodovia. Serei no máximo uma sombra distante na lembrança do deserto.

- Droga! Nem chorar em paz nessa casa se pode mais...

Não sei se terei como mandar notícias quando eu estiver em Porto Alegre, não recentes, mas quero que saiba que aguardarei notícias tuas, sempre... Sempre...!

Sabe, I...³, eu só tenho uma tristeza grande, só uma maior que todas as outras e será com ela que começarei o ano que vem... E estranhamente, isso me soa tão nostalgico.

Em todos os casos, sem mais delongas me vou.

Eu sentirei saudades tuas... Espero que (não) sinta às minhas...

Eu te amo, "koi"

Eu sinceramente te amo mais que tudo...

Beijos,

R...³

- "A valsa é lenta demais para mim..."

Obs.: Acho que esta será a última vez que lhe direi isso...

Koishiteru desu, I...-kun! Itsumo...!

*Notas: Como dito anteriormente, ausentei o nome da cidade originária.

¹ - A carta continha borrões de lágrimas e a tornava ilegível em certos pedaços, uma leve parte, foi dedução. Minhas sinceras desculpas.

² - O dia de amanhã, creio eu, seria ontem, dia 29-12-2008, visto que a carta foi escrita no dia anterior.

³ - Os nomes foram deixados apenas com suas iniciais e seus sobrenomes ausentados, pois a quem esta carta é de sumo interesse saberá ao ler, então não precisará obviamente de nomes expostos.

Desde já, peço minhas humildes desculpas por este ato ediondo, revelando assim a intimidade de uma, ou duas pessoas. Só que como a carta apareceu em meu caminho, e tendo um reflexo meu e uma inspiração quase divina...rs Decidi publicá-la para que um dia ela atinga ao seu endereçado. Desejo à todos muito boa sorte.

- Principalmente aos enamorados... (risos)

Sinceros e humildes cumprimentos,

Ralph Wüf

Ralph Wüf
Enviado por Ralph Wüf em 30/12/2008
Reeditado em 30/12/2008
Código do texto: T1359407