Mais um dia de ilusão
Puta que me pariu, hoje acordei virado, querendo escrever um texto foda, cheio de palavrões e revolta, tranbordando raiva e ódio, mas… levantei e só consegui escrever a merda do texto pela noite, quando lembrei que havia amor em meu peito, porra, lembrei dela, toquei nela, passei por ela, alma que anda por ai, perdida e batendo perna, um dia volta e vou pro inferno feliz queimar com ela. Pensei hoje na minha vã filosofia pobre e falida, que ainda sim convence partidos e ganha alguns votos enquanto estou vivo, lembrei ainda que somos dejetos e sobras de opniões terceiras, que no fundo, aliás, bem raso mesmo, somos essa coisa toda que jogam na gente, medo, pudor, religião, não falhar, não errar, ser correto, não trair, não mentir, não, não e não, pro caralho com tanto não, quero amar porra,só isso, e que se foda o resto todo. Quem disse que poeta não fala palavrão, fala sim, se um dia eu for poeta vou ler isso junto com poesia, posso até rimar esta parte de vida e faceta, com, deixa pra lá, continuo a pensar, lembro que ao ver o que era, não quis e mudei, ao ver de novo, transei algo diferente e ai, voltei antes e não vi mais graça, apenas mudei, mudei, mudei e perdi minha linha de raciocinio de que era, sou ou quem ao menos gostaria de ser, e fui feliz, vi que todo aquele lixo que andava junto, as pessoas, as idéias e ideologias fálidas e mediocres, agoram eram merda no meu sapato, e pisava em tudo como tapete vermelho para minha liberdade avulsa, em algum momente me senti assim antes de acordar, juntar tudo e me deixar envolver pelo escroto sistema que consumiu o cara jovem que amava pelo amor, e agora o amor, vem transado com lances como compromisso contratual de fazer alguem melhor, cacete, e eu, me tornei o quê? Isso ai, nadica de nada de porra alguma, fui comprar cigarros e parei de fumar, sinceramente, devia mentir mais, se bem que, menti tanto que hoje conto a verdade para sacanear mesmo, e sabem, ninguém acredita mais, minhas verdades são tão secas que acreditem, acreditam que é mentira, elas por elas, sempre gostei delas, belas e donselas, putas as vezes, mas ainda sim, elas. De todas, esta ficou, marcou, e anda por ai ainda, alma andarilha que oferece o doce mas não o prova, sacana e fulgás, não posso te ter, se não, junto com minha carte fodida e barata, te venderia em algum brexó ou trocaria em algo que perderia por ai, vou te ter assim, longe de mim, admirando e usando você para pensar melhor, minha droga, minha alucinação, minha ilusão, porra, longe de mais pensar assim, escrever tanto de tudo e no fim não entender nada ou muito pouco, mas sentir que, ficou o gosto de quero mais e aquele cheiro suave mostrou muito mais que centenas de livros ou anos aprendendo algo. Falo de amor, de alma, de ilusão, vida, politica e sociedade, tudo junto se transforma em uma massa viva, maquina imoral, amoral, não doi ser assim, o nome mais comum é ser humano, capaz de tudo e todos, sem saber é claro que tudo isso novamente se torna pó, nada e mais nada, vamos novamente a sola do sapato de alguém poder ser importante mesmo no fim, na angustia e desespero, nos tornamos o tal tapete vermelho, e por alguns instantes, alguém por ai, em algum tempo, se torna livre e liberto, as custas de quem, não interessa mais, fomos tudo e nada, libertos, presos, inocentes por pouco, mas a essência vai ser sempre a de um ser criado para ser criado mudo, culpado e cheio de dores e dúvidas, não novamente, eu não tenho duvidas, pulei estas páginas amarelas que anunciavam minha felicidade, e fui direto ao caderno em branco que rabisquei sem saber desenhar, fiz a linha do meu dia porquê da vida ia ser curta demais da conta, e deu vontade de escrever, sem sentido algum, só para alguém saber que pensei em algo que já pensava a tempos, na verdade, todas sabiam e nada mudou, devia apagar este texto.