Carta aberta à poetisa Diana Correia

Querida Diana

Fiquei encantado com a tua curiosidade acerca do pseudónimo "sfich"! Posto que, sendo tu pessoa de letras e de extrema sensibilidade, ninguém melhor para interiorizar um episódio de ternura.Te agradeço, uma vez que me serve de pretexto para entregar em primeira mão, a história "curtita" duma comunicação bem conseguida.

Quando falei, pela primeira vez, com a minha Cria recém-nascida (6 dias) quis dizer-lhe tudo o que tinha na alma; mas esbarrei com a dificuldade de processamento, própria de quem acaba de chegar e nem sabe ao certo se chegara. De repente, lá consegui construir uma frase compactada, de tal sorte que foi a palavra filha que emprestou a vogal e deu o mote, ilustrando a "frase" inteira. E assim a frase se fundiu numa palavra, quase sibilada, que tratei de modular num esmero de suavidade, para surtir uma frequência de amor com o comprimento certo da ternura... resultou: sfich

A Cria (Ana Margarida) fez 11 anos, a 15 de Julho 2008

Abraço

Post Scriptum: Por incrível que pareça, obtive, da criatua de seis dias, um "balbucio-grunhidinho" como resposta, à guisa de concordância, enquanto me apertava um dedo, a modos de quem pretende tomar conhecimento "que nascera deveras" !... Aprendi aí, como Gabriel Garcia Marquez, " que, quando um recém-nascido, aperta pela primeira vez, com o seu pequeno punho, um dedo de seu pai, lho deixa imobilizado para sempre"

sfich
Enviado por sfich em 14/08/2008
Reeditado em 05/01/2017
Código do texto: T1127840
Classificação de conteúdo: seguro