Cartas de Um Viajante - XIV
Eu corro para o mar, sem forma, sem lar... Eu que agora acabo por descobrir o que sou. Na noite pessoas gritavam: "Loup-garou! Loup-garou!"
Nem lobo, nem homem, este sou eu. Alguém sem terra e sem forma, um reles fantasma em forma de besta, assustado pelos vapores noturnos da cólera humana. Pessoas em fúria corriam atrás de mim.
Eu consegui ver o que a escuridão esconde dentro de teu véu.
Com olhos melhores... Eu consegui senti os odores que o sub-solo protege.
Com um olfato melhor... Eu consegui ouvir o mar.
Com ouvidos melhores... Eu corro para o mar, muito mais rápido.
Eu sinto, eu vejo, e eu vou conseguir tocar o mar!