NA CONTRA-CAPA DO MEU MAÇO DE MARLBORO
Uma broxada na contra-capa do meu maço de marlboro
Deu pra sentir cada bolha que subia para a borda do meu copo, até transborda esse vinho ruim pra cacete, mas eu bebo!
É exatamente agora que todas as minhas canções teletransportam-se para um frio ré menor
E o sono me derruba uma pedra bem no meio do peito, só pra calar um sonho ruim
E o sol que a retira de cima de mim, só faz um breve esforço pra não me deixar pensando ser o unico que se calou.
Mas ainda existe o tempo, que pouco a pouco me engole, e tenta cuspir uma fragil couraça de alma ressecada, mas sabe que ainda necessita de digestão
Descubri que musica é uma maquina do tempo, agora eu acredito!
Um tapa na minha cara, cara cansada de pisar em falso, cansada de ouvir mmm mmm mmm.
Sexta-feira, o dia em que engoli marinbondos que eu mesmo criei
Sabado, o dia que vomitei fantasmas fantasiados de pigmeus assassinos, o vinho até desceu demi-sec...
Domingo, o dia em que fui libertado...
E agora analizando a broxada na contra-capa do meu maço de cigarros marlboro, vejo que não cometi nenhum erro, mas me livrei de um suicidio.
E eu que pensava que para acabar com a saudade, era só fumar um cigarro!