GIUSEPPE VERDI
Óperas criadas para a eternidade

 

   Alguns dos temas de ópera mais facilmente reconhecíveis, mesmo pelo público não familiarizado com o gênero, são obra do compositor italiano Giuseppe Verdi. Sucesso de público em sua época, mas nem sempre bem recebido pela crítica, Verdi é uma síntese do romantismo na música da Itália, que se tornava uma única nação naquele tempo. Óperas como “Rigoletto”, de 1851, “Il Trovatore” e “La Traviata”, ambas de 1853, são repetidas e citadas até os dias de hoje.
   Giuseppe Fortunino Francesco Verdi nasceu na região de Parma, na cidade de Roncole, em 10 de outubro de 1813. Talento musical surgido em uma família pobre, o menino foi educado na escola jesuítica de Busseto, onde aprenderia as primeiras noções musicais. Verdi se destacaria na juventude, tocando órgão, e completaria seus estudos de música em Milão, centro da ópera no mundo, para onde se mudou aos 20 anos. Ele ainda retornaria a Busseto, ocupando os cargos de maestro da banda e de mestre da capela.
   Graças a um mecenas, o comerciante Antonio Barezzi, Verdi retornaria a Milão, onde deu os primeiros passos na carreira profissional. Ao mesmo tempo, o compositor se tornaria professor de música de Margherita, filha de Barezzi. Giuseppe e Margherita se apaixonaram e se casaram em 1836. Verdi ainda trabalhava na composição de suas duas primeiras óperas – “Oberto” e “Un Giorno di Regno” – quando perde, em um curto período, os dois filhos (Virginia e Icilio), assim como a esposa, falecida aos 27 anos, em 1840.
   A tristeza profunda que se seguiu e também a recepção fria a “Un Giorno de Regno”, fizeram Verdi prometer que nunca mais comporia uma ópera. A história mudaria graças à insistência de um amigo. Verdi se dedicou a produzir “Nabucco” (1842) – com libreto de Temistocle Solena. A ópera leva ao palco a história do Rei Nabucodonosor II e alcançou sucesso imediato. A partir de 1843, o compositor se entregou ao trabalho e escreveria 14 óperas em dez anos – incluindo “Rigoletto”, “Il Trovatore” e “La Traviata”, que o levariam ao estrelato.
   Com elas, Verdi subverte a ordem natural das óperas do período, levando à cena personagens que não vinham da nobreza ou da mitologia, mas caracteres marginais, como uma prostituta ou um corcunda. A crítica não entendeu, mas o público as transformaria nas óperas mais encenadas e assistidas ao redor do mundo. Nos temas de suas óperas, Verdi trazia adaptações de grandes obras, como “Macbeth” e “Otelo”, de Shakespeare, e “Ernani”, de Victor Hugo.
   Uma ópera em especial, encomendada a Verdi para marcar a abertura do Canal de Suez, se tornaria sua obra-prima: “Aida”, de 1871. Verdi seguiria compondo até os últimos dias, e não apenas óperas. Surgem seu “Réquiem”, de 1874, em homenagem ao romancista Manzoni, e quatro peças sacras que viriam a público pouco antes da morte do compositor: “Ave Maria”, “Stabat Mater”, “Laudi” e “Te Deum”.
   Giuseppe Verdi morre em 27 de janeiro de 1901, em Milão. Em memória de sua origem humilde, Verdi deixou em testamento sua fortuna para uma fundação, que iria financiar os estudos e os primeiros passos de músicos pobres.

 

(Parte da coletânea GÊNIOS DA MÚSICA, em produção, de William Mendonça. Direitos reservados.)