FRIDA KAHLO
Artista libertária que deu cara à latinidade 

 

   Autora de inúmeros autorretratos, Frida Kahlo, mais do que uma artista, se tornou um rosto mundialmente conhecido, um ícone que representa nas artes plásticas a mulher latina, o feminismo, a postura transgressora e libertária. O valor artístico de sua obra, popular e reconhecida pela crítica, segue influenciando gerações – até porque, em Frida, vida e arte são inseparáveis. Plena, apesar das limitações que o destino lhe reservou, expressou nas telas o que sentiu, viveu, pensou e fez.
   Filha de uma mexicana e de um fotógrafo alemão que imigrou para o México, Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón era a terceira de quatro irmãs, e nasceu em Coyoacán, Cidade do México, em 06 de julho de 1907. Logo aos seis anos de idade, a poliomielite a obrigou a ficar de cama por nove meses. Da doença, restou a sequela na perna direita. Aos 15 anos, ingressou na Escola Preparatória Nacional. 
   Já nessa época, Frida demonstrava o gosto pelas roupas tradicionais do povo mexicano, muito coloridas. A artista logo iniciaria sua vivência política – algo que levou até os últimos dias de vida – ingressando na Juventude Comunista e, mais tarde, no Partido Comunista. Data de 1922 o primeiro encontro de Frida com Diego Rivera, artista renomado que pintava um mural na escola em que a jovem estudava.
   O fato que mudaria decisivamente a vida de Frida Kahlo aconteceu em 17 de setembro de 1925. Ela viajava em um ônibus que colidiu com um bonde. Frida foi trespassada por um corrimão do ônibus e sofreu lesões na coluna e no quadril. Ela nunca se recuperaria plenamente e sofreria de dores durante toda a vida, além de nunca mais poder andar e ter de usar cintas e talas para ficar ereta. A dedicação à pintura surgiu durante seu longo tempo de internação.
   Em 1928, Frida reencontra Diego Rivera. A paixão com o artista 21 anos mais velho acabou levando ao casamento no ano seguinte. Frida e Diego tinham um relacionamento aberto e passional, que renderia muito drama, várias separações e reatamentos ao longo dos anos. O trabalho de Rivera levou o casal a viver em cidades dos Estados Unidos, como Detroit e Nova Iorque, retornando ao México em 1933. 
   A produção artística de Frida Kahlo começava a ganhar visibilidade, porém a artista não fazia questão de expor seus quadros. Em 1929, seus trabalhos foram expostos em Paris graças a Marcel Duchamp. Levou quase dez anos para que fosse realizada uma exposição em Nova Iorque, por iniciativa de André Breton. Frida era celebrada como um talento em ascensão. A primeira exposição de Frida Kahlo em sua terra natal seria realizada apenas em 1953. 
   Obras como “Hospital Henry Ford” (1932), “Duas Fridas” (1939) e “A Coluna Quebrada” (1944) mesclavam representações de seu sofrimento e suas paixões a elementos da cultura mexicana e latina, unindo sonho e realidade. Enquanto produzia, Frida via seus problemas de saúde e limitações de mobilidade se agravarem – chegou a amputar a perna direita. Faleceu em 13 de julho de 1954, na Cidade do México. O Museu Frida Kahlo preserva hoje a obra da artista.

 

(Parte da coletânea MESTRES DA ARTE, em produção, de William Mendonça. Direitos reservados.)