ANDY WARHOL
Muito mais do que 15 minutos de fama

 

   Resumir a trajetória de Andy Warhol à condição de artista plástico, ainda que se trate do maior expoente da Pop Art, seria um aforismo tão temerário quanto afirmar que “No futuro, qualquer pessoa será famosa por 15 minutos”. Andy Warhol, autor da frase que martela na mente de várias gerações – espécie de profecia autorrealizável na era das mídias sociais – fez de sua arte comercial e de vanguarda algo permanente, que ainda influencia os caminhos da arte.
   Entre as várias polêmicas que sempre envolveram o artista – reconhecidamente hipocondríaco e de saúde frágil, após contrair a doença coreia ainda na infância – estão seus dados de nascimento. A cidade de Pittisburg, na Pensilvânia, onde se localiza o museu dedicado a Andy Warhol, acabou assumindo o posto de “berço” do artista, filho de imigrantes eslovacos. A data: 06 de agosto de 1928, ainda que algumas fontes citem datas entre 1927 e 1930.
   Nos vários meses em que esteve acamado, recuperando-se da coreia aos oito anos de idade, Andrew Warhola teve suas primeiras lições de desenho. Cursou aulas livres de artes plásticas no Instituto Carnigie em Pittsburg. Após o trauma com a morte do pai, quando Warhol tinha 14 anos, o jovem se graduou no ensino médio e, em 1945, ingressou no Carnigie Institute of Technology, onde estudou design gráfico. Sua criatividade e visão comercial o levaram a se tornar um dos principais nomes da área nos dez anos de carreira em Nova Iorque, várias vezes premiado.
   Na década de 1950, a Pop Art – especialmente na Inglaterra, com os artistas ligados ao Instituto de Arte Contemporânea de Londres, como Eduardo Paolozzi, Laurence Alloway e Richard Hamilton – começou a ganhar espaço. Warhol, em pouco tempo, levou sua experiência de designer para a pintura. Pintou notas de dólar, latas de sopa Campbell (suas “120 latas de sopa”) e outros objetos que já existiam. Dizia que não tinha imaginação, apenas coloria as coisas de que gostava.
   Sua contribuição definitiva para a cultura pop veio da série de Portraits (retratos) de ícones da música, do cinema e até mesmo da política, que produziu. Imortalizar celebridades a partir de grandes painéis feitos em silkscreen, a partir de retratos feitos em máquinas polaroides, popularizou o artista, que era contratado por celebridades e socialites. O que foi produzido para ser pop, talvez descartável, chegou ao valor de 100 milhões de dólares, como o seu “Oito Elvis”, leiloado em 2008.
   Seu estúdio Factory, inaugurado em 1964, em Nova Iorque, virou o ponto de encontro da vanguarda dos Estados Unidos e do mundo. Warhol envolveu-se com a música – através do icônico grupo Velvet Underground, em que estavam presentes nomes como Lou Reed e a cantora/modelo Nico – e com o cinema, dirigindo os filmes “Império” e “Garotas de Chelsea”, entre 1964 e 1966. O livro “Andy Warhol´s Exposures”, de 1980, reuniu muito do trabalho do artista, que ainda se dedicou à produção de vídeos (mais de 60 filmes) e apresentou programas na MTV.
   Em 22 de fevereiro de 1987, após uma internação por problemas na vesícula, Andy Warhol faleceu, vítima de um ataque cardíaco fulminante.

 

(Parte da coletânea MESTRES DA ARTE, em produção, de William Mendonça. Direitos reservados.)