Lágrimas de ácido
Eu sou:
Alguém que se escondeu em diários cadeados desde que aprendeu a escrever.
Sou alguém que aprendeu que ser diferente traz uma infância dolorida.
Eu sou uma transição, um ponte em construção, se andar por ela não chegará à margem, mas ainda sim te faz vislumbra melhor a paisagem!
Sou um toque polifônico cansativo de celular, não faço questão de te agradar.
Fazia, não mais, aprendi que é impossível.
A vida tranquila não nos impede de enfrentar as pessoas más, mas oferece refúgio.
Hoje tenho orgulho de dizer que me refugiei em livros, encolhida debaixo das asas de meus pais.
Refugiei no passado, porque pessoas não me assustam mais, nem censuras, nem julgamentos, nem famas adquiridas sem minha presença.
Adquiri personalidade, transitiva, mas ainda sim existente.
Histórias clichês de gente sofrida não me comovem mais, todo mundo tem uma.
A princípio
Olhava bandido como bandido,
depois me ensinaram a olhar bandido como vítima social,
no final conclui
mesmo com um certo pesar
que realmente
BANDIDO É BANDIDO!
Minha vaidade engloba por dentro e por fora, faço questão disso!
Gosto de oferecer o meu sorriso, ele não vai para qualquer um.
Sei que minha aparência te engana, faço isso constantemente, e porque não o faria?
Só me interessam os que não se deixam levar por ela!
Não pareço perfeita (ser seria irreal), e nem quero parecer,
muito menos quero ter pessoas que pareçam!
A realidade me atrai e me consome como lágrimas de ácido,
frequente e irônica.
Pareceria incoerente coração de poeta, mente de jornalista,
mas afirmo,
um ponte pela metade.