Rodovias ruins
Sabe-se que as rodovias federais estão acabando. Há rodovias em que já não existe pavimentação asfáltica. Diariamente se têm notícias de acidentes de trânsito com vítimas provocados por tais circunstâncias. Viajar por essas rodovias é uma aventura, é correr risco de vida. Dias desses eu li uma crônica nesse jornal, de Ursulino Leão, “Atravessando um (mau) pedaço do Tocantins”, na BR-153, na sua ida ao Maranhão.
O problema é que o País, além de sua grande extensão, se desenvolveu muito nas últimas décadas, e como consequência o aumento de sua frota de veículos pesados, como carretas. E como não investiu em outros meios de transportes, com ferrovias e hidrovias, sobrecarregou as rodovias. Rodovias estas que passaram a exigir mais manutenção do DNER.
O DNER está em crise, anda atrás de recursos. A diretoria geral não sabe se fica no Rio de Janeiro ou em Brasília, onde poderá ser mais eficiente. Pelo andar da carruagem, o DNER não tem como recuperar as rodovias nem tampouco pavimentá-las. Para reverter esse quadro, acredito, só mesmo um milagre.
A BR-060 que corta o Sudoeste goiano, e que já foi considerada uma das melhores do País, está toda esburacada e cheia de erosões, intransitável. A operação tapa-buracos não resolverá o problema, como não tem resolvido em anos anteriores, e ainda é dispendiosa. A solução duradoura será o recapeamento total da rodovia. Como diz o ditado: não adiantar tapar o sol com a peneira.
A meu ver, a solução para as rodovias federais é a privatização ou municipalização, com o DNER sendo um órgão fiscalizador. E ainda os governos investirem em outros meios de transportes, assim como fez o governo de São Paulo, tornando o Rio Tietê navegável através de eclusas.
Por Alonso Rodrigues Pimentel
(publicado no jornal O Popular, seção Cartas dos Leitores, Goiânia, Goiás, 24-03-94)
Neste texto lancei a expressão "pelo andar da carruagem".
Goiânia, 20-11-2020