CHARLES M. SCHULZ
Um garoto, seus amigos e seu cachorro
Crianças do mundo inteiro cresceram e entenderam melhor seus problemas e esperanças através de uma turminha tipicamente americana. As histórias de Charlie Brown, Snoopy e uma legião de amigos, nos cartuns Peanuts, de Charles Monroe Schulz, chegaram a mais 2600 jornais, em 75 países ao redor do mundo, nos quase cinquenta anos de produção – sempre desenhada pelo próprio Schulz, que começou essa viagem em 1950 e se aposentou apenas em dezembro de 1999.
Nascido em 26 de novembro de 1922, na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, o futuro cartunista sempre teve a vida ligada aos quadrinhos. Os rabiscos eram sua grande distração na infância, em St. Paul, onde cresceu, e, ainda aos quinze anos de idade, conseguiu a publicação de um desenho no Ripley´s Believe it or Not (coluna aqui conhecida como “Acredite se quiser”, que virou um conhecido programa de TV). No primeiro desenho estava Spike, cartum baseado no cachorro da família. Ele serviria de inspiração para sua criação mais famosa: Snoopy.
Os personagens de Schulz chegaram aos jornais no final da década de 1940. Mas a turma de Charlie Brown, seu alter ego nos quadrinhos, Snoopy e seus amigos só ganharia as páginas dos jornais com regularidade em outubro de 1950. Schulz já trabalhava como professor na Art Instruction School, onde ele próprio havia feito seus estudos de desenho no final da década de 30, em um curso à distância. Nesse meio tempo, o artista serviu na Segunda Guerra Mundial.
O cartunista levava para os personagens e histórias características de pessoas com quem conviveu, muitas vezes expurgando seus próprios traumas e fraquezas. Foi assim com Charlie Brown, o menino inspirado na criança que o próprio Schulz foi – filho de um barbeiro alemão e de uma dona de casa, franzino e sempre ruim nos esportes, que sofria bullying na escola. Conta ele, em sua biografia autorizada “Peanuts and Schulz: A biography", de David Michael, a relação entre a mandona Lucy e a primeira mulher do cartunista, Joyce.
Charles Schulz fez o mesmo com muita gente. Ele nomeou personagens em homenagem a amigos, como foi o caso de Linnus e Shremy. Patty Pimentinha foi baseada em uma prima do autor, não por acaso chamada Patricia. Até mesmo a mulher que recusou um pedido de casamento feito pelo cartunista, Donna Mae Johnson, inspirou a Garota Ruiva, paixão eterna de Charlie Brown.
Inicialmente, a turma criada por Schulz recebeu o nome de Lil’ Folks, mas acabou sendo renomeada para Peanuts quando passou a ser distribuída aos jornais pelo United Feature Syndicate. O autor detestava o nome, imposto pela empresa para fechar contrato, já que o nome original era parecido com outras tirinhas publicadas na época. Durante décadas, as tiras fizeram sucesso nos jornais, chegaram à TV e ao cinema, ampliando a presença na cultura pop mundial.
Charles M. Schulz desenhou e roteirizou quase 18 mil tirinhas com seus personagens. Um fenômeno. Enfrentando um câncer, o cartunista morreu em 12 de fevereiro de 2000, após um ataque cardíaco, em Santa Rosa, na Califórnia – onde hoje fica um museu com seu acervo.
(Parte da coletânea FERAS DOS QUADRINHOS, em produção, de William Mendonça. Direitos reservados.)
Um garoto, seus amigos e seu cachorro
Crianças do mundo inteiro cresceram e entenderam melhor seus problemas e esperanças através de uma turminha tipicamente americana. As histórias de Charlie Brown, Snoopy e uma legião de amigos, nos cartuns Peanuts, de Charles Monroe Schulz, chegaram a mais 2600 jornais, em 75 países ao redor do mundo, nos quase cinquenta anos de produção – sempre desenhada pelo próprio Schulz, que começou essa viagem em 1950 e se aposentou apenas em dezembro de 1999.
Nascido em 26 de novembro de 1922, na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, o futuro cartunista sempre teve a vida ligada aos quadrinhos. Os rabiscos eram sua grande distração na infância, em St. Paul, onde cresceu, e, ainda aos quinze anos de idade, conseguiu a publicação de um desenho no Ripley´s Believe it or Not (coluna aqui conhecida como “Acredite se quiser”, que virou um conhecido programa de TV). No primeiro desenho estava Spike, cartum baseado no cachorro da família. Ele serviria de inspiração para sua criação mais famosa: Snoopy.
Os personagens de Schulz chegaram aos jornais no final da década de 1940. Mas a turma de Charlie Brown, seu alter ego nos quadrinhos, Snoopy e seus amigos só ganharia as páginas dos jornais com regularidade em outubro de 1950. Schulz já trabalhava como professor na Art Instruction School, onde ele próprio havia feito seus estudos de desenho no final da década de 30, em um curso à distância. Nesse meio tempo, o artista serviu na Segunda Guerra Mundial.
O cartunista levava para os personagens e histórias características de pessoas com quem conviveu, muitas vezes expurgando seus próprios traumas e fraquezas. Foi assim com Charlie Brown, o menino inspirado na criança que o próprio Schulz foi – filho de um barbeiro alemão e de uma dona de casa, franzino e sempre ruim nos esportes, que sofria bullying na escola. Conta ele, em sua biografia autorizada “Peanuts and Schulz: A biography", de David Michael, a relação entre a mandona Lucy e a primeira mulher do cartunista, Joyce.
Charles Schulz fez o mesmo com muita gente. Ele nomeou personagens em homenagem a amigos, como foi o caso de Linnus e Shremy. Patty Pimentinha foi baseada em uma prima do autor, não por acaso chamada Patricia. Até mesmo a mulher que recusou um pedido de casamento feito pelo cartunista, Donna Mae Johnson, inspirou a Garota Ruiva, paixão eterna de Charlie Brown.
Inicialmente, a turma criada por Schulz recebeu o nome de Lil’ Folks, mas acabou sendo renomeada para Peanuts quando passou a ser distribuída aos jornais pelo United Feature Syndicate. O autor detestava o nome, imposto pela empresa para fechar contrato, já que o nome original era parecido com outras tirinhas publicadas na época. Durante décadas, as tiras fizeram sucesso nos jornais, chegaram à TV e ao cinema, ampliando a presença na cultura pop mundial.
Charles M. Schulz desenhou e roteirizou quase 18 mil tirinhas com seus personagens. Um fenômeno. Enfrentando um câncer, o cartunista morreu em 12 de fevereiro de 2000, após um ataque cardíaco, em Santa Rosa, na Califórnia – onde hoje fica um museu com seu acervo.
(Parte da coletânea FERAS DOS QUADRINHOS, em produção, de William Mendonça. Direitos reservados.)