MIRITA CASIMIRO
Nascimento
Mirita Casimiro, nasceu Maria Zulmira Casimiro de Almeida, em Espinho, aos 10 de outubro de 1914, no seio de uma família ligada à tauromaquia (tourada). Mudou para Viseu com os pais, ainda recém-nascida. Era filha de José Casimiro de Almeida e neta de Manuel Casimiro de Almeida, ambos cavaleiros de alternativa.

Teatro
Em 1934, estreou em Lisboa na revista “Viva a Folia!”, no Teatro Maria Vitória. Em 1936 obteve o seu primeiro grande sucesso no Teatro ao interpretar o papel de ardina, em travesti, na peça João Ninguém, que esteve em cena no Teatro Variedades e, seguidamente, na revista Olaré Quem Brinca! alcança o lugar de primeira figura absoluta e tem um dos seus primeiros grande sucessos no Teatro de Revista, quase sempre interpretando textos de Vasco Santana, Alberto Barbosa e José Galhardo.

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Cinema
Estreou no cinema em 1937, com “Maria Papoila”, sob a direção de Leitão de Barros. Trata-se da história da moça beirã, de fala vienense, que vai trabalhar como criada em Lisboa. Mirita Casimiro,  no papel principal, dominou o filme de ponta a ponta com a sua presença. O comentarista de Cinearte, na Tela em Revista, referiu-se assim à atriz: “Não sendo bonita, tem contudo qualidades magníficas para agradar. O papel parece ter sido talhado para ela, que lhe dá o máximo de seu temperamento e agrada em tudo o que faz. Canta com muita propriedade a 'Canção da Papoila'. Pode-se dizer que é uma revelação”.

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Mirita Casimiro e Vasco Santana

Casamento e separação
Casou-se com o ator Vasco Santana em 1941, formando uma dupla de enorme êxito. Em 1946 separam-se, numa separação polêmica, da qual anunciava-se publicamente as infidelidades mútuas, o que para Mirita foi prejudicial, pois ficou um ano sem trabalhar e a partir daí a sua carreira perdeu o fulgor, visto que se vivia numa sociedade conservadora.
 
Mirita Casimiro no Brasil
Em 1956, instalou-se no Brasil, contratada por 4 meses e acabou por ficar mais 4 meses contratada. Quando preparava o regresso a Portugal recebeu um convite para continuar no Brasil e foi trabalhar para as cidades do Norte do Brasil, em várias companhias, enquanto atriz convidada, Depois disso, começou a trabalhar sozinha, encenando, escrevendo e representando. Chegou mesmo a representar todas as peças de Júlio Dantas, que à época eram desconhecidas no Brasil.

Retorno a Portugal
Em 1964, voltou a Portugal e integrou o elenco do Teatro Experimental de Cascais, afastando-se do teatro popular. Interpretou, sob a direção de Carlos Avilez, a peça de Garcia Lorca “A Casa de Bernarda Alba” (1966) e, seguidamente, “A Maluquinha de Arroios” (1966), de André Brun e “O Comissário de Polícia” (1968), de Gervásio Lobato.

Acidente
Em 1968, estava a caminho do Porto, à boleia do tradutor da peça "D. Quixote", pois uma gravação de teatro radiofônico a impediria de apanhar o comboio com o resto do elenco. Chovia muito e o veículo despistou-se em Vila Nova de Gaia, embatendo numa árvore, do lado em que estava sentada Mirita Casimiro, que foi desencarcerada e ficou com lesões gravíssimas. Tinha o maxilar desfeito e não houve dúvidas de que terminara a vida artística daquela que fora rainha da revista e da opereta.

Morte
Impossibilitada de voltar aos palcos, foi-lhe prestada uma última homenagem no Teatro Monumental em Lisboa, mas Mirita Casimiro, triste, amargurada e precocemente envelhecida, não resistiu e no dia 25 de março de 1970, com apenas 55 anos, suicidou-se na sua residência em Cascais. Foi sepultada no Cemitério de Viseu, dois dias depois da sua morte, no Dia Mundial do Teatro.

Homenagens póstumas
Seu nome foi oferecido ao Teatro Municipal dessa vila. Na cidade de Viseu, seu nome também é recordado numa sala de espetáculos - o Auditório Mirita Casimiro.

Em 2014, o Teatro Experimental de Cascais (TEC) e o Espaço Memória – Teatro Experimental de Cascais assinalaram o Centenário do Nascimento da atriz. Sua vida e obra, ou pelo menos parte dela, foram representadas numa exposição em Cascais. A exposição Mirita Casimiro apresentou parte do espólio artístico da atriz e ainda recordações únicas de uma vida plena de histórias e de história; de aventura, de espetáculos e de coragem. Exibiram-se fotos da atriz, da sua família e de grande parte dos seus espetáculos e puderam ser apreciados objetos do seu uso pessoal, figurinos e memórias vivas. O TEC e o Espaço Memória resgataram a história da vida e da obra da mulher e atriz Mirita Casimiro, com a ajuda imprescindível de várias entidades ligadas à memória da arte e dos artistas – Teatro Nacional D. Maria II, RTP, Museu Nacional do Teatro e do Museu do Fado/Egeac ou Cinemateca Portuguesa.
Referências

MIRITA Casimiro. Teatral-mente Falando, [s. l.]. Baú de Recordações. Disponível em: http://teatralmentefalando.blogspot.com.br/2012/09/bau-de-recordaco.... Acesso em: 10 jul. 2016.

MIRITA CASIMIRO. Verbete. Wikipédia: enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mirita_Casimiro. Acesso em 10 jul. 2016.

O TEATRO Experimental de Cascais assinala centenário do nascimento de Mirita Casimiro com exposição, a partir de 15 novembro. Gazeta de Artistas, Cascais. Disponível em: http://www.gazetadosartistas.pt/?p=40319. Acesso em: 10 jul. 2016.

RALHA, Leonardo. Sem saudades na lembrança disse adeus. Correio da Manhã, Lisboa. Disponível em: http://www.cmjornal.xl.pt/domingo/detalhe/sem_saudades_na_lembranca.... Acesso em: 10 jul. 2016.

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 10 de julho de 2016 - 1h30
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 10/07/2016
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