LEANDRO GOMES DE BARROS, O PIONEIRO DA LITERATURA DE CORDEL
Leandro Gomes de Barros nasceu no Estado da Paraíba, em 19/11/1865, na Fazenda da Melancia, município de Pombal. É considerado o patrono da Literatura popular em versos, o primeiro a publicar, editar e vender seus poemas.
Autor de vários clássicos da Literatura de Cordel e campeão absoluto de vendas, com alguns folhetos que ultrapassam a casa dos milhões de exemplares vendidos, fora denominado de "O Primeiro sem Segundo", o maior poeta popular do Brasil de todos os tempos. Estima-se que a vasta produção literária de Leandro, iniciada em 1889, no estado de Pernambuco, atinge cerca de 600 títulos, dos quais foram tiradas mais de 10 mil edições.
Foi educado pela família do Padre Vicente Xavier de Farias (1823-1907), proprietários da fazenda onde nascera, e dos quais era sobrinho por parte de mãe. Em companhia dessa sua família "adotiva", acabou mudando-se para a Vila do Teixeira, a qual se tornaria mais tarde o berço da Literatura Popular nordestina. Nela permaneceu até os 15 anos de idade, tendo conhecido ali vários cantadores e poetas ilustres da época.
Do Teixeira vai para Pernambuco e fixa residência primeiramente em Jaboatão, onde morou até 1906, depois em Vitória de Santo Antão e a partir de 1907, no Recife, onde viveu de aluguel em vários endereços. Casou-se com Venustiniana Eulália de Barros, com quem teve quatro filhos.
Sua atividade poética o obrigava a viajar bastante pelos sertões para divulgar e vender seus poemas, os quais eram impressos, em grande parte, no próprio prelo ou em diversas tipografias. Entretanto, depois de fundar uma pequena gráfica, em 1906, seus folhetos se espalharam ainda mais pelo Nordeste, sendo considerado pelo historiador Câmara Cascudo como o mais lido entre os escritores populares.
Compôs obras-primas que eram utilizadas em obras de outros grandes autores, como por exemplo, Ariano Suassuna, que utilizou a história do cavalo que estercava dinheiro no seu "Auto da Compadecida".
Há duas versões para sua morte: a primeira é que ele teria sido vítima da epidemia da gripe Influenza Espanhola, a qual, inclusive, ele chegou a tratar em um de seus folhetos. A segunda hipótese afirma que nessa data, 1918, Leandro teve um folheto proibido pela polícia pernambucana – A Palmatória e o Punhal – trama em que ele narra um crime ocorrido entre um trabalhador que se vinga do senhor de engenho.
Segundo o romancista Permínio Ásfora, Leandro Gomes de Barros teria sido preso porque o chefe de polícia considerou uma afronta às autoridades alguns dos versos desta obra. Por ser um homem honrado e sentindo-se humilhado com a prisão, acabou falecendo.
Por Paulo Seixas