DALILA FERREIRA LINS

“...há se no jardim de nossas vidas

tivesse tantas outras Dalilas, quanto

tem violetas, lírios e margaridas!”

O padre Fábio de Melo, certa feita, submergindo aos encantos do universo feminino, em uma de suas obras literária, nos revelou: “as mulheres experimentam na carne o poder criatório de Deus.” Indiscutivelmente, são elas, conforme afirma o religioso, os seres que “geram o mundo; embalam nossos destinos entrelaçando num mesmo tecido as cores da fragilidade e da força”.

Tia Dalila, sem dúvida, é uma dessas mulheres, forjada no aço e nas flores, nos sonhos, risos e choros da vida, uma mulher que não só ajudou gerar o mundo, embalar o destino de seus sete maravilhosos filhos, mas se fez exemplo de vida, bondade e espiritualidade a todos nós.

FLOR DALILA

Dalila Ferreira Lins, filha de Bellarmino e Zulmira, veio ao mundo, na quarta-feira risonha do dia 16 de setembro de 1928. Nasceu bem-aventurada a presentear amor aos entes queridos, mostrando-lhes, que no aço da dureza humana, a flor divina costuma ser generosa e nos dar muita alegria.

Seu nome de batismo, coincidentemente, traz em seu bojo, o reflexo luminoso de sua alma. Vejamos que o destino, ao produzir suas obras-primas vem a lúz da publicidade nos dizer que, “Dalila”, é uma palavra derivado do hebraico Delilah, cujo significado é “mulher dócil”! E nós que a conhecemos sabemos de quanta doçura e bondade se reverte o coração primoroso dessa mulher que inspira até nome de flor: dhália!

Na infância, tia Dalila desfrutou uma fase mágica concebida por seu mundo imaginário. Lá vivenciou prazerosamente a inocente inquietude dos devaneios e brincadeiras. O terreiro de sua casa, avizinhado pelo cenário majestoso do Rio Solimões, por exemplo, ganhava vida com sua fértil imaginação.

Várias são as recordações desse mundo fantástico que acolhe a infante idade. Entretanto, uma se destaca em suas lembranças. Aos cinco anos, em seu aniversário, ganhou da sua “mãezinha” uma boneca de louça - daquelas especiais, completa, o sonho de qualquer menina da sua idade! Mas essa boneca não era apenas um brinquedo que lhe servia para habitar o imaginário de seus folguedos infantis. Não! Ela a considerava como um “tesouro de louça”, o seu mais precioso bem material.

Após as brincadeiras, tinha sempre o cuidado de guardá-la em local seguro. Para isso, verificava com muita atenção se algum irmão não estava por perto. Depois das precauções tomadas, subia no pequeno banco para depositá-la em cima do pequeno armário de roupas. Entretanto, seu irmão Demósthenes, remexendo por cima deste dito móvel, acabou por deixar cair ao chão à “boneca/tesouro” da pequena Dalila. Quando a viu em pedaços, feito sapatinho de cristal, caiu aos prantos. Logo estava no colo de sua mãezinha recebendo consolo afetivo. Neste dia aprendeu uma grande lição. Descobriu que somente com amor e coração generoso podemos reconstruir o que aparentemente está quebrado. Seguiu em frente a pequenina, agora com “novas folhas, novas flores, na infinita benção do recomeço” conforme nos ensinou Chico Xavier!

O SONHO DE SER PROFESSORA

Tia Dalila conheceu as primeiras letras em casa. Logo, estava ingressando no tradicional colégio Estelita Tapajós, em Fonte Boa, onde fez seus estudos primários. Inconscientemente, ali começava o despertar pelo magistério, tal qual se dedicaria com muito amor por toda sua vida; dentro e fora das salas de aulas.

Com o apoio incondicional dos pais, se estabeleceu em Manaus, com o objetivo de realizar seu maior sonho, ser professora! Já na capital, concluiu no colégio Santa Teresinha, o curso primário. No centenário Instituto de Educação do Amazonas –IEA graduou-se no magistério, tornando-se professora; uma mestra dedicada, primorosa e devotada.

Com o falecimento de seu pai, ocorrido em Manaus, às finanças da família ficaram comprometidas, e sua estadia na capital do Amazonas se tornou mais difícil. Nesse contexto, surgem também outros fatores que impulsionaram seu retorno a sua cidade natal, dentre eles a morte de seu cunhado. Já em Fonte Boa, se pôs ajudar sua irmã Duty, então Diretora do colégio Estelita Tapajós, atuando voluntariamente como“professora auxiliar”. Neste posto ficou “pacientemente” trabalhando, esperando um dia, assumir a tão sonhada cadeira de professora titular.

A paciência, segundo alguns pensadores, é uma das qualidades cultivadas pelos sábios. Immanuel Kant certa feita escreveu: “a paciência tem um gosto amargo, mas seus frutos são doces”. Tia Dalila já sabia que era preciso pacientemente esperar o tempo certo para colher os frutos maduros de seus esforços empenhados com muita determinação. O tempo passou e a colheita se anunciou.

Ao fazer o “exame seletivo” promovido pelo Estado para assumir uma vaga de professora, acabou por ter o melhor resultado nas provas, classificando-se em 1º lugar. Uma nova safra se anunciava, e com ela, a oportunidade de colher os primeiros frutos. Em casa recebeu notícia de que foi nomeada a exercer o cargo de professora no Município de Fonte Boa.

ADVERSIDADES E SUPERAÇÃO

Entretanto, alguns meses depois de assumir como professora titular acabou sendo afastada indevidamente do cargo, por determinação de certo prefeito, simplesmente por pertencer, tia Dalila, a uma família política contrária aos seus interesses pessoais.

Brigas políticas a parte, vale lembrar que a jovem professora era concursada, estava lá por méritos e não somente por nomeação pública. Esse episódio acabou por, temporariamente distanciá-la do ofício que tanto prezava. A reflexão sobre este tipo de mesquinharia no faz lembrar Sêneca quando certa vez se expressou dizendo, que “toda crueldade resulta da fraqueza”. Já o escrito irlandês Oscar Wilde, em certa ocasião, revelou: “a cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre”. E o que queria senão o arbitrário prefeito com tal atitude? Talvez, procura-se a vã e ingênua popularidade, coisa que de fato, em momento algum, lhe chegou.

Entretanto, este lamentável fato não tirou o brilho dos olhos de tia Dalila, e como sempre fez, seguiu sua vida sem mágoas ou lamentações. Mas logo que ficou sabendo do ocorrido, seu irmão Eurípedes, no sentido de reparar essa atitude descabida, conseguiu prontamente agir para reverter essa situação. Mas, nesse espaço de tempo, as vagas para sede da cidade já estavam todas ocupadas. Foi, portanto, a jovem mestra, indicada para o exercício do magistério em uma cadeira distrital. Para tia Dalila exercer o ofício que amava em uma comunidade distante da sede do Município não se reverteu em demérito, até porque comungava com o pensamento do Padre Antônio Vieira de que “a boa educação é moeda de ouro, em toda parte tem valor”. Certamente foi feliz, pois o mais importante era fazer todos os dias aquilo que gostava. E quantas pessoas podem fazer o mesmo?

Na seara biográfica de tia Dalila, veremos que ela soube superar as adversidades em seu caminho, principalmente as que transcorreram no bojo de sua vida profissional. O que realmente importava era desempenhar seu trabalho com zelo e dedicação. Vale ainda destacar que nesse entrelaçado de afazeres, tinha nas práticas pedagógicas e datas comemorativas algo que lhe proporcionava grandes momentos de prazer. As comemorações festivas a Pátria, alusivas ao dia sete de setembro, era um sonho que se realizava todos os anos com muita alegria, pois além do ato cívico nele desprendido oferecia a toda comunidade fonteboense uma distração interativa e social para quem vivia naqueles ermos hinterlandino.

Mas o que realmente fazia brilhar os olhos de tia Dalila, enchendo seu coração de pura alegria pelo dever cumprido, era vivenciar o resultado transformador celebrado pelas crianças quando viviam o processo libertador do analfabetismo nos momentos que aprendiam decifrar as palavras. Thiago de Mello, em seu belíssimo poema “Canção para os fonemas da alegria” celebra essa magia libertadora do homem que aprende a dialogar com as palavras ao mesmo tempo em que ele próprio nasce para um novo mundo:

Escreveu o poeta:

“Mas sobre o chão que reina agora é um homem

diferente que acaba de nascer:

porque unindo pedações de palavras

aos poucos vai unindo argila e orvalho,

tristeza e pão, cambão e beija-flor,

e acaba por unir a própria vida

no seu peito partida e repartida

quando afinal descobre num clarão

Que o mundo é seu também...”

A FORMAÇÃO DO JARDIM “LINS DA SILVA”

A maravilhosa história da formação da família “Lins da Silva” tem inicio em 1954 sob os enredos e alegrias de uma das festas populares mais importantes no Brasil: o carnaval. Essa festa popular que já havia atingido um grande nível de popularidade, principalmente pela ampla divulgação das marchinhas carnavalescas, já vinha a tempos contagiando o espírito festivo do povo amazonense. Em Fonte Boa não era diferente, confetes e serpentinas se destacavam em seu carnaval de rua, assim como, o grupo de foliões denominados “Gaúchos na Folia”.Participando desse “bloco”, tia Dalila acabou por conhecer o jovem comerciante Otacílio Leite da Silva, filho de Francisco Leite da Silva e Izolina Trindade da Silva, que no momento, encontrava-se por passagem em Fonte Boa trabalhando com um de seus irmãos. Foi amor à primeira vista!

Otacílio, sob uma ótima poética, pode-se dizer que foi um presente do destino, uma flor para ser compartilhada em sua vida. O mestre tempo, na sua plenitude filosófica, logo se encarregou para que um lindo e pujante jardim familiar florescesse!

Apaixonados, e tendo as devidas permissões -tanto de sua mãezinha quanto de seus irmãos mais velhos, conforme regiam os costumes da época - começaram a namorar. Assim foi crescendo o afeto, carinho e a paixão recíproca, concretizando no casal os sentimentos de amor, cumplicidade e união.

Com o passar do tempo chegou a hora em que a família, já em Manaus, se reuniu festivamente para comemorar o noivado do casal. A data escolhida para esse importante evento foi 05 de agosto de1956. Nesse dia, tio Otacílio, aparentava estar muito nervoso. Mas não custou esbaldar-se em alegrias quando recebeu a permissão de vovó Zulmira, mãe da noiva, consentindo, a mão da filha em casamento.

Sete meses depois do compromisso firmado, ou seja, em 23 de março de 1957, se concretizou o feliz e bem sucedido enlace matrimonial. Decerto, a primeira vista, parece redundante afirmar que o casamento os aproximou ainda mais, criou laços fortes. Mas foi o amor verdadeiro que os uniu em comunhão, fez florescer sete filhos, sete flores que iluminaram e tornaram fértil o jardim da família “Lins da Silva”. São eles: Francisco Belarmino, Socorro, Zulmira, Otacílio Júnior, João de Deus, Izolina e Fábio José; assim surgiu a aurora de uma nova geração a partir do surgimento desse novo ramo genealógico.

Desde então passaram a residir no bairro da Cachoeirinha onde constitui e viu crescer sua família. É lá que, até hoje, encontra-se erguido, cheio de vida e luz, a moradia florida de tia Dalila, cuja alegria maior é a presença constante de seu esposo (in memoriam), filhos, netos e bisnetos.

Removendo pedras, plantando flores, assim consolidou-se o relacionamento afetivo e amoroso desse casal, uma união que perdurou até o momento da separação dos corpos em vida, fato esse, ocorrido com a partida de seu amado ao plano celestial, três dias antes de completar 47 anos de casados e quase 50 anos de convivência.

A vida do casal Otacílio e Dalila, enquanto vivida intensamente, parece sintetizar suas histórias através dos versos de “Destino” um dos mais belos poemas de Cora Coralina. Vejamos o que diz a poeta:

Nas palmas de tuas mãos

Leio as linhas da minha vida.

Linhas cruzadas, sinuosas,

interferindo no meu destino

E, desde então, caminhamos

Juntos pela vida...

AMIZADE, CARINHO E DEDICAÇÃO

Bondade e amor, eis duas ótimas qualidades para definir o sinônimo de tia Dalila! Delas se revelam carinho, amizade, dedicação e ternura ao próximo.

A Bondade, dizia La Rochefoucauld, "é uma abertura de coração que nos mostra tais como somos...” Já o amor segundo o escritor francês Stendhal, “é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la à beira de um precipício.” Outro pensamento que reflete muito bem sua essência, é a do escritor Victor Hugo. Segundo ele “a medida do amor é amar sem medida”. Realmente, são conceitos e frases metaforicamente simples mais de grande impacto! Não se consegue medir o amor verdadeiro, nem mesmo o tamanho do coração que permeia e enche de luz essa mulher fantástica, maravilhosa que é tia Dalila.

Não podemos nos furtar em esquecer outra grande virtude desta mulher de aço e de flores: sua sensibilidade espiritual, religiosa. Ela foi fundamental na construção do seu caráter de mulher forte, caridosa, amorosa, e cristã. Sua devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Mãe dos Lares Católicos, sempre a fortaleceu. Sua fé e orações diárias lhe deram forças inimagináveis que decerto influenciaram sua própria história.

A PARTIDA DO INESQUECÍVEL OTACÍLIO

Muitos de nos acreditamos, que a espiritualidade baseada na fé religiosa, e o apoio familiar, se concretizam como base estrutural, quando o aço de nossas vidas se torna frágil como um vitral. É sabido também que o percurso natural da vida existencial terrestre, é a morte! A dor da perda de um ser querido é indescritível. O escritor inglês William Shakespeare nos leva a uma inquietante reflexão sobre a dor da perda quando diz: “todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente”.

Este sofrimento causado, principalmente, pela perda de um ente querido, pôs a prova, a força e fé de tia Dalila, visto que, em 24 de maio de 2003, tio Otacílio, seu fiel esposo, companheiro de vida, teve que partir. Deus o chamou para habitar a casa celestial, deixando aqui uma imensa lacuna na vida desta família.

Cora Coralina, de quem já falamos assim poetiza o significado de quem parte:

Não morre aquele

que deixou na terra

a melodia de seu cântico

na música de seus versos.

A fé, e a força de tia Dalila, aqui posta a provações, resultaram simplesmente naquilo que já se era de esperar desta mulher maravilhosa: o fortalecimento de sua alma; transformou seu canto em versos, poesia que hoje brilha lá no alto junto às estrelas contidas no céu, e que hoje chamamos “Luz de Otacílio”.

O sofrimento geralmente nos fortalece e nos leva a uma reflexão existencial e espiritual, nos proporcionam entender nosso maior legado: o amor ao próximo, pois somos todos irmãos. Francisco de Assis, um dos mais importantes exemplos de vida e símbolo de doação que por aqui já passou, em “Oração da Paz”, nos ensina isso, vejamos:

Ó Mestre,

fazei que procure mais consolar, que ser consolado;

compreender que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que vive para a vida eterna.

Mas, e a saudade? Como fica esse sentimento que, segundo Bob Marley, “quando não cabe no coração, escorre pelos olhos”? Pois bem, a saudade de tia Dalila certamente encontra consolo na convicção do reencontro, na família que lhe alicerça forças para suportar a ausência do amado e “inesquecível” amor de sua vida que hoje usufrui da plenitude eterna. Assim vai caminhando, plantando flores, semeando amor, olhando sempre à frente, seguindo seu destino!

Nat King Cole - um fantástico cantor norte-americano que encantou gerações com suas músicas românticas em batidas de jazz, e sua voz marcante - em seu sucesso Unforgettable (inesquecível), canta um verso que exprimi verdadeiramente as palavras que nos levam a recordar tio Otacílio ao mesmo tempo em que o homenageamos.

Vejamos:

Inesquecível, isso é o que você é.

Inesquecível, entretanto próximo ou longe

como uma canção de amor que gruda em mim.

(...) Inesquecível em todos os sentidos

E sempre (e sempre).

Inesquecível... Eis um substantivo que bem define o sentimento de saudades e ternura que por ele nutrimos. Inesquecível, em todos os sentidos, é a memória de “Otacílio Leite da Silva”.

A VIDA CONTINUA

Para Charles Chaplin, “a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. Assim segue tia Dalila, vivendo intensamente uma nova fase. E, mesmo estando com sua alma impregnada de saudades, vai recriando a cada novo dia um sentimento de vida feliz e um sorriso em seus lábios.

Na plenitude de seus 84 anos, tia Dalila continua desfrutando, beleza jovial e serenidade admirável! Isso o tempo não conseguiu afetar-lhe. Fez sim, florir cabelos prateados para acariciar, mãos fortes para continuar abençoando a todos com seu coração bondoso, o mesmo, simplesmente o mesmo por qual enxerga seu mundo singelo e de luz.

A forma que tia Dalila desprende conceber e enxergar o mundo nos remete a esplêndida história “O Pequeno Príncipe”, escrita por Antoine de Saint-Exupéry. Nela, esclarece o autor que o ser humano só consegue enxergar bem com o coração, pois “o essencial é invisível aos olhos”.

Já vimos, portanto, que o essencial de Dalila está em seu interior, é sua alma espirituosa, seu coração bondoso, que não vemos, mas sentimos quando estamos em sua presença. Mas tia Dalila vai além dessa naturalidade, ela é daquelas, cuja sensibilidade lhe permite enxergar e ouvir com o coração aquilo que muitas vezes passa despercebido pelos olhos mais sensíveis!

Seus filhos, frutos do amor gerado no jardim florido de sua vida, estão sempre muito próximos. Por eles dedica o mesmo carinho inigualável como se ainda fossem pequeninos. Deles brotaram novas flores, sentimentos puros da paixão através de seus netos queridos, que hoje chegam ao seu colo para lembrar-lhe a vida no rio da infância e do amor que deságua nas mãos carinhosas da vovó.

Assim como o rio vai seguindo seu curso, vemos que a história de tia Dalila vai sendo escrita e delineada pelo seu próprio destino. Mas depois de tantas emoções evocativas pelo sentimento de rememorar esse florilégio de vida, fico eu aqui pensando: há se no jardim de nossas vidas tivesse tantas outras Dalilas, quanto tem violetas, lírios e margaridas.

A mais bela flor colhida em Fonte Boa, mulher de fina sensibilidade que consegue perceber nas coisas mais simples da vida, o amor da criação Divina, a esperança dita perdida no final do arco-íris, é a quem dedicamos a essência do poema “What a Wonderful World” interpretado por Louis Armstrong, porque assim é tia Dalila, uma mulher MARAVILHOSA, simples, uma obra de Deus.

Assim canta a poesia:

Eu vejo as árvores verdes,

e rosas vermelhas também.

Eu as vejo florescer para mim e você

e eu penso comigo... Que mundo maravilhoso

Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas,

o brilho abençoado do dia,

e a escuridão sagrada da noite

E eu penso comigo... Que mundo maravilhoso

Com suas mãos sempre perfumadas - até porque diz um proverbio chinês, “um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores” - tia Dalila continua na paz de sua missão educadora, a mesma que se reveste até os dias atuais em sacerdócio a par da educação e da prática do bem.

Espontânea como o alvorecer amazônico, sem dúvida, essa mulher forjada nas flores e no aço da vida, é merecedora de nossa admiração.

A bênção, tia!

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 18/03/2013
Reeditado em 17/06/2016
Código do texto: T4194994
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