Escritoterapia.
Por mais espaçosa que a mulher já seja, às vezes ela não cabe dentro de si.
Então vem Ele e cria os necessários escapes: a mulher falante e a menina escritora.
Ambas ligadas pelo mesmo fio da palavra,mas com diferentes pudores.
A mulher veste uma máscara social.
A menina só reconhece a sociedade pelo seu sentido primordial e mais verdadeiro.
Ambas são sinceras, mas o crescimento é interferido pelos fiapos das exigências externas.
A mulher aparentemente se traveste,mas deixa sua redundância como vestígio de sua sinceridade.
A menina acha normal ser reflexo de suas origens e preferências e se angustia com a mania dos adultos de não serem transparentes.
A mulher era uma,a menina era outra,mas ambas eram da mesma essência e viviam trocando de lugares mesmo depois do passar da idade.
Até chegar o dia que a mulher viu que sua menina não precisava ser calada: o dia serelepe da percepção de aprender a viver.
E nesse dia as palavras voltaram...e houve comemoração dupla da mulher com sua menina e semelhança no colo.