Nunca ignore os livros de auto ajuda
Você provavelmente gostaria de viver em uma ilha, eu também, e havia chegado o momento de realizar este sonho e lá fomos nós, eu e família.
Se estivesse aposentado, e com uma boa renda, seria o lugar ideal. Imagine um lugar encantador com mais de 100 praias, capital com infra-estrutura de boa qualidade, ainda oferecendo boa qualidade de vida  para  cerca de 400.000 pessoas que habitavam, naquela época,o lugar.
Mas eu não era aposentado e por minha opção, pelo sonho de morar naquele local que trazia recordações de excelentes momentos dos períodos de férias de minha infância. Pesou na minha escolha e lá fomos nós,eu, mulher e filhas, com as economias que davam para aguentar um ano ou um pouco mais. Iria me virar porque, naquele momento, estava precisando muito deixar para trás o stress e aproveitar um pouco o que de melhor a vida podia nos oferecer e ainda mais naquele sonho de lugar, desejo de quase 1/3 da população brasileira.
Chegamos em 2 carros, saldo bancário suficiente para o banco nos colocar naquelas agências reservadas para clientes selecionados, pelo montante aplicado; durante os primeiros três meses parecia que eu estava com férias estendidas, olho nas praias e, ao mesmo tempo, nos jornais, procurando algo para negociar ou, quem sabe, uma colocação profissional em alguma empresa.Industria, não existe por lá.
Naquela ilha há muitas histórias de gente que chegou com bastante dinheiro, abriu um negócio, quebrou e perdeu tudo; os empregos oferecidos eram de vagas que não interessavam; pouco era oferecido que pudesse valer a pena, até porque, nestas raras oportunidades, o salário era muito baixo.
E por que muitos perderam grandes somas de dinheiro tocando negócios e quebraram? Porque os custos eram muito altos e os rendimentos não eram os esperados.Famílias e mais famílias vindo, deixando suas economias e indo embora sem nada....eu ouvia, procurava novas oportunidades e me recolhia; não iria entrar de gaiato nesta roda do ganha-perde.
Passados quase 2 anos, dinheiro acabando, havia tentado de tudo; o desespero já habitava minha mente e se tornado um frequentador, não autorizado, que teimava em ir e vir, com uma pontualidade quase britânica ou suiça.
A família tinha partido. Estava só na ilha, água batendo na canela.
Havia enviado, em todo este período, mais de uma centena de currículos e nenhum chamado, nenhuma ligação; alguma coisa muito errada estava acontecendo. 
Comecei a procurar outras alternatívas em outras áreas de atuação, na ilha ou até mesmo fora dela ou do país.
Como tinha direito a requerer a cidadania italiana, passei a fazer o curso desta língua no consulado italiano daquela cidade. Lá conhecí um professor e conversando sobre o desemprego na ilha, ele falou que estava fazendo um planejamento visando onde gostaria de voltar a trabalhar, em uma multinacional americana, mas com atuação no Brasil.
Ouví sua história e me falou que estava lendo um livro de auto ajuda e, se organizando através dele, para voltar ao mercado de trabalho desejando ocupar um cargo de alto nível. Não rí por educação, não pelo fato de duvidar da sua capacidade, mas sim por colocar todas as suas fichas em um livro de auto ajuda. Para mim, isso era muito ridículo.
A cada aula ele dizia que estava fazendo progresso com o seu plano e me mostrava gráficos que estabeleciam as suas áreas de interesse e as empresas que havia elegido para se candidatar ao cargo desejado.
Achava incrível como aquele jovem italiano, que já tinha sido manager em algumas grandes empresas sediadas em Nova York, estava alí debruçado em uma proposta escrita por um autor do outro lado do mundo que, na minha opinião, estava ganhando os tubos de dinheiro para que alguém, motivado pelas suas escritas, levasse o seu livro e arrumasse o emprego dos sonhos. Aquele rapaz não se encaixava no perfil, assim me parecia, já que possuia aparentemente um  excelente currículo e não era nenhum iniciante.
Para minha sorte aquele professor insistiu muito para que eu comprasse o livro e, para não ser mal educado, acabei adquirindo-o, tem 352 páginas, das quais eu abominava e era descrédulo. Muito à contra gosto, comprei, afinal, o que mais de ruim poderia acontecer? Precisava, e muito, abrir minha mente, dar espaço para entrar o novo. Se eu havia seguido a minha intuição até o momento e me dei mal, qual era o problema em tentar a nova alternativa?
Abri o livro e comecei a ler.....alí começou a quebra de alguns paradigmas, a surpreendente virada..................posto a seguir, vale a pena ler a continuidade.
Waldir Figueiredo
Enviado por Waldir Figueiredo em 23/02/2011
Código do texto: T2810619
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