Biografia
Olho-me no espelho no intuito de redescobrir quem sou
Quanto de paz eu tenho
Ou quanto de amor me restou
Grito em tom de desespero aos ventos transeuntes esperando obter qualquer resposta
E nada! Nem o eco da minha voz
Nem o vento que expirei... Nada volta
Quando começo a conhecer-me percebo que falhei
Como quem engana a si mesmo
Eu reconheço
Enganar-me-ei
Talvez para dissimular meu egoísmo
Ou mesmo para ter algum motivo para amar
Talvez eu nem precise disso
Talvez eu queira precisar...
Pela manhã, quando acordo, descubro
Que mais uma noite em vão passou
Exaurido de chorar, debruço-me, durmo
Será que descubro quem eu sou?
Todos os dias, no entanto, seguem-se opacos
Sem o brilho do “conhecer-me”
Por tal, que quando anoitece me sinto em trapos...
Destino trágico esse que dei-me!
Escrevo alguns reles versos
Para tentar, de mim, extrair algo não-fútil
E quase me faço crer que como Poeta não presto
Ainda sim escrevo, tento parecer sutil...