Mestres Populares da Cultura
Eusébio dos Santos (Mestre Nelito)
No dia 14 de Agosto de 1944 nasceu em Santiago do Iguape, um menino com nome de Eusébio dos Santos, filho de Luciano Santos e Dulcelina Domingas dos Santos. Quatro anos depois do seu nascimento sua família se mudou para Santo Amaro, Recôncavo Baiano.
Ainda menino na cidade de Santo Amaro, começou a trabalhar com os pais na roça, depois foi para as usinas de cana, despalhando, limpando e cortando cana.
Em 1955 foi morar em Salvador e para ajudar nas despesas de casa, levava a trouxa de roupa que a mãe lavava de ganho.
Depois foi trabalhar em uma casa de família no bairro da Barra. Próximo a esta casa existia uma academia de Capoeira onde ficava na janela olhando os capoeiristas todos os dias. Ao perceber o interesse do menino Eusébio, o Mestre Cobrinha Verde lhe perguntou se queria aprender a jogar capoeira e a partir daí passou a frequentar as aulas.
Um dia Mestre Cobrinha Verde o levou na Federação Baiana de Pugilismo e Eusébio foi registrado como Mestre de Capoeira Angola. Como Mestre de Capoeira, passou para todos os seus discípulos os conhecimentos da habilidade corporal de ataque e defesa de origem africana que havia adquirido com o Mestre Cobrinha Verde.
Frequentando os ensaios dos blocos de carnaval de Salvador, com o Mestre Zé Carlos morador do bairro do Santo Antônio, Pelourinho, aprendeu a tocar percussão, na época estava com 22 anos.
Com o passar do tempo tocando nos ensaios dos blocos, foi se aprimorando aprendendo a tocar todos os instrumentos de percussão. E através da prática com esse trabalho se tornou também Mestre de Percussão; Passando a ser chamado e conhecido como “Mestre Nelito”.
Em 1965 à Direção do Bloco do qual era integrante o levou na Federação Baiana de Clubes Carnavalesco para tirar a carteira de Mestre de Bateria. A partir daí, passou a atuar em diversos Blocos Carnavalescos de Salvador;
• Foi Mestre de Bateria do Bloco Carnavalesco Tupi do bairro Ferreira Santos durante um ano.
• No Bloco Carnavalesco Fofoca durante 03 anos.
• Bloco Carnavalesco Os Invasores do Engenho Velho da Federação durante 03 anos.
• Bloco Carnavalesco Camisa Rosa durante 02 anos.
• Bloco Carnavalesco Derrubado do Garcia durante 02 anos.
• E no Bloco Carnavalesco Cacique do Garcia durante 04 anos e Os Fantasmas do Garcia.
Há 26 Anos, esta à frente como Mestre da Bateria da Mudança do Garcia no carnaval de Salvador.
É diretor da Associação dos Sambadores e Sambadoras do Estado da Bahia, Mestre do Samba Chula e também fundador e coordenador do Grupo Cultural de Samba de Viola Os Vendavais. Sendo o compositor e vocalista do grupo Os vendavais.
Em 2001 a 2002 foi Professor do Projeto Um Som que Candeia no bairro do Engenho Velho da Federação que era financiado pelo Programa de Capacitação Solidária.
Atuou também como Professor de Percussão do Projeto Ninzinga para portadores de deficiência mental realizado no Colégio de Reabilitação de Doentes Mentais, localizado no bairro de Paripe.
Participou em 02 filmes Americanos: "Mestre Popular da Cultura" título dado pela Fundação Gregório de Mattos. Recebeu da Fundação Gregório de Mattos o título de Mestre Griô do ponto de cultura Ginga e Malícia.
Participou do lançamento Negro Amor onde as suas fotos foram colocadas em vários pontos da cidade de Salvador. As fotos dos Mestres Populares da Cultura ficaram em exposição 30 dias no Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães e 30 dias no shopping Iguatemi 3° piso na loja Riachuelo.
Em 2005 participou com o grupo Os Vendavais do VI Mercado Cultural em Salvador na Mostra do Samba de Roda do Recôncavo baiano. Também no VII Mercado Cultural do ano 2006 na categoria dos Mestres Populares da Cultura.
Desde 2008 participa entre os 16 mestres de samba de roda do projeto Cantador de Chula, coordenado pela professora e etnomusicóloga Katharina Döring, e da Associação Sociocultural Umbigada. Foram gravados dois CDs-audio e um documentário sobre o Samba Chula na Bahia, sendo lançado no final do mês de Outubro de 2009. Mestre Nelito é registrado pela ordem dos músicos do Brasil com CD e DVD próprio.
Atualmente ele desenvolve um trabalho como instrutor (educador) no Projeto Ação Griô na comunidade do bairro do Engenho Velho da Federação na qual reside, com crianças e adolescentes; Uma oficina de percussão, tendo como base as diversas variações de samba do recôncavo.