Auto-retrato falado
Ventre livre em arte sem lei
Menina toda prosa com a própria poesia
A dizer escancarada que "sei mais que nada"
Pelo ar no rain da sua terra em maresia
Não vai à igreja, prefere cerveja à hipocrisia
Ouve rock e tem sympathy for the devil
Quem a conhece que lhe compre
A alma vale pelos olhos da cara
Tem canhotismo, miopia...
Já o Pessoa, ópio e lampejos
Rara, satisfaz-se com bijouteria
Não se vende a 100 vezes sem juras
De amor tem o que lhe abasta
Cata o vento do som em lua
Casta a perverter sua música em transe, gente
Surrealizada mente dali e de acolá
Pinta as unhas de vermelho
Cola a boca no céu e o nariz no joelho
Quer mais é transmutar, cheira quando chuta
Meta-mor: fase indissoluta
Artesã nata, sã que salva a louca de si
Enquanto nego ócio, ela tira bom proveito
Mas esta com peito sou eu mesma
Falando mais do mesmo
À esmo de mim
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AUTO-BIOGRAFIA ELETRÔNICA
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