Auto-retrato falado

Ventre livre em arte sem lei

Menina toda prosa com a própria poesia

A dizer escancarada que "sei mais que nada"

Pelo ar no rain da sua terra em maresia

Não vai à igreja, prefere cerveja à hipocrisia

Ouve rock e tem sympathy for the devil

Quem a conhece que lhe compre

A alma vale pelos olhos da cara

Tem canhotismo, miopia...

Já o Pessoa, ópio e lampejos

Rara, satisfaz-se com bijouteria

Não se vende a 100 vezes sem juras

De amor tem o que lhe abasta

Cata o vento do som em lua

Casta a perverter sua música em transe, gente

Surrealizada mente dali e de acolá

Pinta as unhas de vermelho

Cola a boca no céu e o nariz no joelho

Quer mais é transmutar, cheira quando chuta

Meta-mor: fase indissoluta

Artesã nata, sã que salva a louca de si

Enquanto nego ócio, ela tira bom proveito

Mas esta com peito sou eu mesma

Falando mais do mesmo

À esmo de mim

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● paolabenevides.blogspot.com

AUTO-BIOGRAFIA ELETRÔNICA

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