T. S. ELIOT
Conservador, “preguiçoso” e brilhante
Conservador, “preguiçoso” e brilhante
Há quem pense que os poetas sejam, obrigatoriamente, indivíduos libertários, que desafiam as convenções de seu tempo e, desta forma, indicam aos demais mortais o caminho do novo. Se isto fosse uma regra, certamente o poeta T. S. Eliot, ganhador do Nobel de Literatura em 1948, seria uma exceção. Conhecido por sua postura conservadora, Eliot chegou a externar opiniões antissemitas, o que obviamente causou mal-estar.
Nascido em Saint Louis, Estados Unidos, em 26 de setembro de 1888, Thomas Stearns Eliot era descendente de três ex-presidentes americanos. No entanto, ainda jovem, o poeta partiu para a Inglaterra, onde assumiu outro posto: o de bancário no Lloyd´s Bank of London. Sua aparência chegou a ser descrita por Virginia Woolf como “cômica” – sempre com seus ternos de quatro peças, chapéu coco e guarda-chuva preto. Conta-se que permaneceu virgem até os 26 anos, era hipocondríaco e acreditava que “um poeta precisa ser deliberadamente preguiçoso” e “escrever tão pouco quanto for possível”.
A despeito de todos esses “contras”, T. S. Eliot foi um poeta absurdamente popular, a ponto de ministrar palestras em ginásios lotados, receber homenagens e prêmios de alto valor, como o Nobel, e comendas estranhas, como o cargo de “xerife honorário” do Condado de Dallas. Eliot fazia questão de não ser prolixo, como poeta. Escrevia esporadicamente, sempre buscando um algo a mais, o alto nível pelo qual ficou conhecido.
Já em alguns de seus primeiros poemas, como “The love song de John Alfred Prufrock” (1915), Eliot obteve sucesso, o que se repetiu com “Waste land” (1922) e “The hollow men”(1925), entre outros. “Four quartets” (1943), considerado o ápice de sua carreira. Eliot escreveu, também, cinco peças teatrais, sempre próximas à linguagem poética e à temática conservadora.
Na vida pessoal, T. S. Eliot teve, pelo menos, um momento nada conservador – o seu casamento com Vivien Haigh-Wood, uma mulher mentalmente instável que considerava o marido um indivíduo tedioso. Ao que se sabe, Vivien traía Eliot com certa freqüência e, em 1933, o taciturno poeta a abandonou. Ela nunca mais se recuperou e passou os últimos nove anos de vida em um hospital psiquiátrico. T. S. Eliot casou-se novamente, bem mais tarde, com Esmé Valerie Fletcher, sua antiga secretária, vivendo o relacionamento pacífico que era mais do seu feitio.
No mesmo ano em que conquistou o Nobel de Literatura, recebeu a Ordem do Mérito outorgada pelo Rei Jorge VI. Súdito inglês desde 1927, Eliot chegou a afirmar, em 1933, que se considerava “anglo-católico na religião, classicista na literatura e monarquista na política”, de acordo com The Paris Review. À mesma revista, o poeta deixou claro que sua obra prima foi obra do impulso.
“Os Quartets não foram planejados. O primeiro, claro, foi escrito em 1935, mas os três escritos durante a guerra foram compostos devido a impulsos de momento”, afirmou o escritor. Algo entre o sincero e o irônico, Eliot também afirmava que nenhum poeta honesto poderia garantir o valor daquilo que escreve. Em 4 de janeiro de 1965, em Londres, o poeta faleceu vítima de um enfisema, resultado dos longos anos como fumante.
Nascido em Saint Louis, Estados Unidos, em 26 de setembro de 1888, Thomas Stearns Eliot era descendente de três ex-presidentes americanos. No entanto, ainda jovem, o poeta partiu para a Inglaterra, onde assumiu outro posto: o de bancário no Lloyd´s Bank of London. Sua aparência chegou a ser descrita por Virginia Woolf como “cômica” – sempre com seus ternos de quatro peças, chapéu coco e guarda-chuva preto. Conta-se que permaneceu virgem até os 26 anos, era hipocondríaco e acreditava que “um poeta precisa ser deliberadamente preguiçoso” e “escrever tão pouco quanto for possível”.
A despeito de todos esses “contras”, T. S. Eliot foi um poeta absurdamente popular, a ponto de ministrar palestras em ginásios lotados, receber homenagens e prêmios de alto valor, como o Nobel, e comendas estranhas, como o cargo de “xerife honorário” do Condado de Dallas. Eliot fazia questão de não ser prolixo, como poeta. Escrevia esporadicamente, sempre buscando um algo a mais, o alto nível pelo qual ficou conhecido.
Já em alguns de seus primeiros poemas, como “The love song de John Alfred Prufrock” (1915), Eliot obteve sucesso, o que se repetiu com “Waste land” (1922) e “The hollow men”(1925), entre outros. “Four quartets” (1943), considerado o ápice de sua carreira. Eliot escreveu, também, cinco peças teatrais, sempre próximas à linguagem poética e à temática conservadora.
Na vida pessoal, T. S. Eliot teve, pelo menos, um momento nada conservador – o seu casamento com Vivien Haigh-Wood, uma mulher mentalmente instável que considerava o marido um indivíduo tedioso. Ao que se sabe, Vivien traía Eliot com certa freqüência e, em 1933, o taciturno poeta a abandonou. Ela nunca mais se recuperou e passou os últimos nove anos de vida em um hospital psiquiátrico. T. S. Eliot casou-se novamente, bem mais tarde, com Esmé Valerie Fletcher, sua antiga secretária, vivendo o relacionamento pacífico que era mais do seu feitio.
No mesmo ano em que conquistou o Nobel de Literatura, recebeu a Ordem do Mérito outorgada pelo Rei Jorge VI. Súdito inglês desde 1927, Eliot chegou a afirmar, em 1933, que se considerava “anglo-católico na religião, classicista na literatura e monarquista na política”, de acordo com The Paris Review. À mesma revista, o poeta deixou claro que sua obra prima foi obra do impulso.
“Os Quartets não foram planejados. O primeiro, claro, foi escrito em 1935, mas os três escritos durante a guerra foram compostos devido a impulsos de momento”, afirmou o escritor. Algo entre o sincero e o irônico, Eliot também afirmava que nenhum poeta honesto poderia garantir o valor daquilo que escreve. Em 4 de janeiro de 1965, em Londres, o poeta faleceu vítima de um enfisema, resultado dos longos anos como fumante.
(Parte da coletânea HISTÓRIAS DE POETAS, de William Mendonça. Direitos reservados.)