Alcoolismo "Uma luz no fim do túnel" 11 - Minha opinião sobre A.A. - Bibliografia

Minha opinião sobre A.A.

Resumindo

Capitulo V do livro azul

Vamos chegando aos finalmente desta pequena leitura, poderia se escrever paginas e mais paginas sobre o assunto “alcoolismo”, é realmente um tema muito amplo. Até o presente momento não há explicações nem estudos confiáveis que possam tratar de uma cura definitiva para a compulsão e obsessão alcoólica. Entretanto pode ser detida porque eu sou testemunho do que aconteceu comigo, foi em Alcoólicos Anônimos que consegui parar de beber, aconteceu um milagre?, não sei se existem, mas acredito que a fé pode resolver muitas coisas. Como disse anteriormente, trata-se de uma doença sem cura, mas se fossemos reler e interpretar os três primeiros Passos de A.A. poderíamos deduzir; 1o) eu não posso, 2o) alguém pode, 3o) se eu deixar. Acho que temos aí uma boa resposta para deter o alcoolismo.

Não pedi para nascer, mas estou aqui neste planeta dos homens, entre vários bilhões de galáxias. Tive uma infância problemática e tinha que ser assim, sem dúvida estava tudo predeterminado até o meu “hoje”. Muitas das situações que vivi foram por mim provocadas mas outras caíram sobre mim como uma caçamba descarregando entulho. Não esqueço o meu passado, mas também não tenho saudades dele, prefiro olhar em frente vivendo no presente. Tive uma vida agitada, no que diz respeito a minhas emoções paguei um preço bastante alto, pois conforme cresci e me tornei adulto fui desenvolvendo uma psico - maníaco – depressão que com a descoberta e ingestão do álcool me firmei, igual aquele que despenca de uma arvore e se agarra a um galho para não se machucar.

Por motivos forçados viajei e procurei sempre novas aventuras para fugir das realidades e obstáculos que encontrei no meu caminho, a única vantagem foi a de conhecer muitíssimas pessoas, culturas, hábitos, línguas e lugares diferentes. Sempre queria guardar na memória o que estava vendo e vivendo, achava fantástico e não queria nunca mais esquecer, mas os lugares e situações foram tantos que somente sou capaz de lembrar-me vagamente de alguns quando menos espero.

Apesar da não aceitação em assumir responsabilidades de gente grande ainda na minha adolescência, sempre administrei com firmeza e responsabilidade todas as situações que vivi por causa de minhas ambições, se era arrimo queria exercer a função da melhor maneira possível, isto me dava coragem para “ir mais longe ainda” e além de sustentar os que dependiam de mim queria fazer minha fortuna pessoal.

Achava na minha juventude que vivia “plenamente”, por ter dinheiro, bens materiais, poder, mulheres e beleza física. Acredito que todo e qualquer ser humano passa por esta fase em sua vida, cada qual ao seu modo e realidade, na sua comunidade. Pensava naquela época que havia no mundo “eu” e seis bilhões de pessoas, ao contrario de hoje que entendo que somos seis bilhões de pessoas e eu.

Não tive a oportunidade de ir muito longe com meus estudos, precisei trabalhar logo aos quatorze anos, de todas formas meu estado emocional não me permitia a concentração necessária para aprender devidamente e poder tirar notas aceitáveis, mas as experiências da vida e meu percurso geográfico foram de alta importância para meu desempenho profissional, minha melhor escola foram as experiências que vivi. O fato de ser uma pessoa de “campo”, me proporcionou o conhecimento do relacionamento humano, me aprofundando com os interlocutores de tal modo que conseguiria em poucos minutos saber com quem estava lidando, uma forma muito prática de aplicar a psicologia.

Quando conheci a Augusta já em outra fase de minha vida, passaria a rever o termo de viver “plenamente”, o trocaria por “plenitude” que achava mais real e oportuno devido ao amor que nos unia. O álcool foi sempre uma companhia muito agradável, tinha o percebimento das coisas, fazia tudo normalmente, parecia uma pessoa normal como qualquer um, mas o álcool era um ingrediente permanente em minha vida, fui sempre um bom bebedor e por isso me achava normal, pouco podia imaginar que as quantidades aumentariam, estabilizariam e mais tarde beberia menos produzindo um efeito maior porque meu corpo estaria saturado e com menos resistência.

Hoje como já disse, sou membro de Alcoólicos Anônimos, me mantenho exclusivamente nessa linha de programação para minha recuperação diária, não pratico nenhuma religião e também não sou contra. Apesar de ser católico apostólico e romano, encontro em A.A. tudo o que eu preciso para manter-me sóbrio um dia de cada vez e viver feliz. Poderia ter conhecido outras entidades, religiões ou igrejas que também podem dar certo se o individuo acha ali as respostas que atendem suas necessidades. Não tenho nada contra quem bebe e acho até que faz muito bem se a pessoa não tem problemas com a bebida, eu sei que eu não posso beber, também não tenho nada contra quem fabrica a bebida nem quem faz publicidade, o mundo é assim mesmo, eu faço parte de uma minoria de dez por cento da humanidade que tem ou pode ter problemas sérios com a bebida alcoólica.

Meu pior dia hoje é muito melhor que o melhor dia quando estava na ativa do alcoolismo, sei o que estou fazendo e tenho a mente aberta para ficar alerta, preciso diariamente estar vigilante para não cair numa armadilha e voltar a beber, uma recaída não começa quando voltamos a beber e sim termina no copo. Tenho visto recaídas e não gostaria passar por isto, mas as vezes para alguns isso faz parte da recuperação, perde-se o controle porque ainda não chegou a hora ou simplesmente porque acha-se que já se está curado, ou ainda porque talvez se acredite que seja possível beber socialmente, bela ilusão. Contudo, muitos têm tentado a qualquer preço parar de beber, ficaram por alguns tempos e nunca mais os vimos na sala de A.A. Para estes e especialmente para que você possa entender do que estamos falando aqui, vou transcrever um trecho da literatura de A.A., talvez seja o meu preferido:

Alcoólicos Anônimos

Capitulo V - Livro Azul

COMO FUNCIONA

Raramente temos visto fracassar uma pessoa que cuidadosamente seguiu nosso caminho. Os que não se recuperam é porque não podem ou não querem se entregar completamente a este programa simples. Geralmente, homens e mulheres que, pelas suas constituições, são incapazes de serem honestos consigo mesmos. Existem tais desafortunados. Eles não têm culpa; parecem ter nascido assim. São, por natureza, incapazes de desenvolverem um modo de vida que requeira rigorosa honestidade. Suas "chances" são menores que o comum. Existem, também, aquelas que sofrem de graves desequilíbrios emocionais e mentais, embora muitos se recuperem por ter a capacidade de serem honestos.

Nossas histórias revelam, de um modo geral, como éramos, que aconteceu conosco e como somos agora. Se estiver decidido, deseja o que nós temos e faria qualquer coisa para tê-lo - então você está pronto para tomar certas medidas.

Frente a algumas, nós recuamos. Pensamos poder encontrar maneira mais fácil. Porém, não pudemos. Com toda sinceridade imploramos que leve a sério o programa desde o início. Alguns de nós tentamos apegar-nos às nossas velhas idéias. O resultado foi nulo e nos rendemos completamente.

Lembre-se que estamos tratando do álcool - destro, frustrador, poderoso! Sem ajuda, é demais para nós. Mas existe Um que é todo-poderoso. Esse Um é Deus. Que O encontre agora!

Esta pequena literatura, não tem a pretensão de trazer a solução do século para o alcoolismo, escrita de modo anônimo e não profissional, de linguagem simples, relata as “duras verdades do alcoolismo” vistas por um alcoólico em recuperação. Cheia de experiências, mas sem nenhum compromisso, não querendo influenciar ou dar a receita certa para estacionar a doença do alcoolismo (até porque não existe), mas há uma solução porque para mim funciona até hoje. Se puder ajudar alguém, o objetivo estará sendo alcançado. Esta pequena literatura é um testemunho sem fanatismo de como consegui parar de beber através da Irmandade de Alcoólicos Anônimos.

Recomendaria o programa de A.A. para qualquer pessoa que queira viver uma vida melhor, por se tratar de “um programa de vida”. Mesmo não tendo nada a ver com o alcoolismo você achará com certeza propostas para estar de bem com a vida, seja qual for seu problema há uma resposta num dos Passos ou em todos no seu conjunto. A.A. não impõe absolutamente nada nem condena ninguém, aliás, sim, se você aplicar os Doze Passos de A.A. em sua vida estará “condenado a ser feliz”.

Particularmente, quero aqui agradecer a Deus na forma que eu O concebo por ter feito por mim o que nunca poderia ter conseguido por mim mesmo, por ter-me colocado A.A. no meu caminho, obrigado por estar vivo. Agradeço ao Brasil por ter-me acolhido de braços abertos, pela beleza do país, pela alegria, simplicidade, calor humano e carinho que os brasileiros tem-me dado. Este Brasil que me ajudou a redescobrir minha verdadeira identidade e reviver a inocência e pureza de minha infância. Não quero entrar em assuntos de ordem política, apesar de que no fim da década de setenta em diante tenha criticado violentamente este país, tenho a alegria de vê-lo mudar para melhor desde noventa e quatro, torço para que os lemas da bandeira Brasileira se tornem realidade, tal e como o alcoolismo convém tratar as causas para que mudem os efeitos, é um trabalho e tanto, mas está sendo bem conduzido, não é fácil mudar as “cabeças”, tomara que daqui a dez ou quinze anos apareçam os resultados.

BIBLIOGRAFIA

1- Alcoólicos Anônimos. Folheto Você deve procurar o A.A.?

2- Alcoólicos Anônimos. Folheto AA em sua comunidade

3- Alcoólicos Anônimos. Os Doze Passos de A.A.

4- Alcoólicos Anônimos. As Doze Tradições de A.A.

5- Robert Linssen - L’Eveil suprême

6- Dr. Josep del Hoyo Calduch - Els perills de l’alcohol

7- Alcoólicos Anônimos. AA atinge a maioridade

8- Alcoólicos Anônimos. Viver sóbrio

9- Alcoólicos Anônimos. Viemos a Acreditar

10- Alcoólicos Anônimos. Levar adiante

11- Alcoólicos Anônimos. Capitulo V

Orelha ou contracapa do livro,

Acredito que o tema “Alcoolismo” proposto neste livro é de amplo interesse para a sociedade como um todo.

Meu ultimo gole de bebida alcoólica foi em outubro de 1992, e até hoje estou abstêmio de forma contínua ao álcool e sóbrio. Escrevi os fatos mais importantes que marcaram minha vida, relato como foi minha caminhada junto ao álcool durante trinta e um anos sem folga (autobiografia), até onde cheguei por causa do álcool, como e quando encontrei o A.A., e o mais importante, "como consegui parar de beber". Minha vida hoje, um dia após outro é bem diferente, só por 24 horas, aprendi a viver o “aqui e agora”.

Achei que por gratidão poderia escrever algo à respeito desta doença e que o mínimo que podia fazer era divulgar esta experiência no intuito de informar e/ou alertar aqueles que já perceberam que o álcool está sendo algo muito importante em suas vidas, seja porque bebem diferente dos outros, seja porque convivem com tais pessoas.

Até o presente momento foram divulgadas varias obras tanto para as classes medicas e profissionais, como outras de auto-ajuda, ainda há as que testemunham o poder da fé de varias religiões no sentido de propagar e de aumentar os rebanhos desta ou aquela religião. Toda e qualquer obra que trate do problema “alcoolismo” é sempre muito bem-vinda, pois a cada ano aumenta o numero de portadores desta doença de características física, mental e emocional.

O que acredito ser novidade é que apesar de que a obra seja escrita por um "anônimo" não profissional, ela traz uma leitura simples, cheia de experiências, sem nenhum compromisso e atrativa, não querendo influenciar ou dar a receita certa para estacionar a doença do alcoolismo (até porque não existe), mas há uma solução porque para mim funciona até hoje. Se puder ajudar alguém, o objetivo estará sendo alcançado. Esta pequena literatura é um testemunho sem fanatismo de como consegui parar de beber através da Irmandade de Alcoólicos Anônimos.

Esta obra é dedicada ao publico em geral sem entrar em controvérsia com A.A. e escrita de forma totalmente "anônima". Entendo que para resguardar meu "anonimato" meu nome completo deve estar protegido, respeitando as tradições de Alcoólicos Anônimos, porque nossos princípios estão acima de nossas personalidades.

Xavier T
Enviado por Xavier T em 06/06/2009
Código do texto: T1635474
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