Tradições e rituais Xavante

Ritual de furo de orelha acontece na passagem da adolescência para a vida adulta. Todo menino Xavante, de 10 a 18 anos, passa por um período de reclusão de cinco anos, onde o jovem permanece sem contato com a tribo. Nesse período o jovem fica todo o tempo em uma casa, chamada Hö, onde tem contato apenas com os padrinhos. Ele só deixa a casa para rituais e para atividades fora da aldeia, como caça e pesca.

Após os cinco anos acontece na aldeia uma festa, chamada Danhono, onde a orelha dos jovens é furada com um osso de onça parda. Após o ritual os jovens passam a ser considerados adultos e voltam ao convívio social com a tribo. Os xavantes sao uma tribo indigena brasileira que sofre muita extinção, mas graças a deus muito nenes estaõ nascendo e a tribo Xavante finalmente crescendo novamente Xavantes - Povo de língua da família Jê. Contatados na década de 1940, eram índios guerreiros que resistiram à ocupação de seu território, no Mato Grosso, pelos colonizadores. Em 1989 o grupo contava cerca de 6.000 pessoas, distribuidos em sete áreas indígenas entre os rios das Mortes e Batovi, a leste de Mato Grosso. Há estimativas de que a população Xavante tenha se reduzido à metade desde o primeiro contato oficial com os brancos, em 1946, devido a doenças. São predominantemente caçadores e coletores. Valorizam os rituais de morte e são divididos em dois blocos. Cada membro da tribo recebe um sinal de que é de uma metade ou da outra, e estes dois grupos não podem se casar entre si. No sul do Brasil, os jês são representados pelos Kaingangues e pelos Xokleng, que apresentam praticamente as mesmas características, apenas adaptadas ao ambiente. (Fonte: antropólogo José Otávio Catafesto, da UFRGS Os Xavante são um povo forte e orgulhoso, tendo a reputação de serem muito agressivos e guerreiros. A primeira tentativa de pacificar os Xavante ocorreu no século 19, quando o governador da província de Goiás arrebanhou muitos Xavantes naquela área e os instalou num grupo de aldeias oficiais com outros grupos tribais e não-indígenas. Eles não se conformaram com a perspectiva de ficarem ali por muito tempo, e eventualmente fugiram de volta para a selva. Eles permaneceram relativamente inacessíveis até à década de 40 e 50. Até fins dos anos 50, todas as facções Xavante, que tinham migrado para o estado de Mato Grosso, tinham sido pacificadas – o último dos grandes grupos tribais no Brasil a iniciar contato regular com o mundo de fora.

Em relação ao parentesco e ao casamento, dividem-se em dois clãs – âwawẽ e po'reza'õno - ainda que haja um terceiro clã quase sempre ligado ao âwawẽ: o topdató. Permite-se o casamento somente entre membros de clãs opostos. Algumas outras caraterísticas distintas da cultura Xavante incluem os longos e complexos ritos de iniciação para meninos, culminando na cerimônia de furar a orelha – na qual pequenos paus são inseridos no lóbulo das orelhas dos iniciados. Estes paus são usados – e em tamanhos progressivamente maiores – durante o resto das vidas deles. Os Xavante são famosos também pelas suas corridas de troncos de árvore, onde os dois clãs competem numa espécie de corrida de revezamento, carregando por alguns kilômetros troncos de buriti que pesam até 80 kilogramas. As mulheres tecem um tipo de cesta incrivelmente forte, a qual elas usam para carregar os nenês recém-nascidos. A ampla alça da cesta passa pela testa da mulher, enquanto a cesta fica deitada nas costas dela, deixando livre assim, as mãos para outros trabalhos.

Uma aldeia que conserve a moda antiga é construída com as casas dispostas em forma de ferradura de cavalo, dando-se o seu lado aberto para o rio. O domínio da mulher é a casa, cujo abertura sempre dá para o centro da aldeia. O domínio do homem é o lugar de reuniões no centro da aldeia, onde são tomadas todas as decisões importantes no conselho diário dos homens.

Fonte: Wikipédia