O Xavante, sua tradição

Sua tradição tem uma maneira própria de ser transmitida e transformada, através de relatos, rituais e ensinamentos. A escrita é uma necessidade para qual o povo Xavante se adaptou, com o intuito de reivindicar seu espaço na sociedade nacional e internacional.

Desde pequenos os meninos formam grupos de idade semelhante. Quando chega o tempo certo, os velhos decidem a entrada no "Hö" (casa tradicional, especialmente construída numa das extremidades do semicírculo da aldeia, para a reclusão dos "wapté" durante o período de iniciação para a fase adulta), onde os meninos vão viver reclusos, por cinco anos, até o momento de casar com uma moça escolhida para ele. Antes dos meninos entrarem para o "Hö", acontece a cerimônia do "Oi'o", em que os meninos demonstram sua coragem, seus medos, sua fraquezas através da luta entre eles. Outra cerimônia por eles realizada é o "Wanaridóbe", quando os meninos furam as orelhas. Os padrinhos também se preparam e também dançam e cantam o "Wanaridóbe" a noite toda. Essas cerimônias são para eles a forma de expressão da criação.

Na década de 90, os Xavantes tiveram várias experiências novas com os "estrangeiros", como um intercâmbio realizado com a Alemanha, a implementação de um projeto de educação bilíngüe e uma parceria musical com a banda de rock Sepultura, em seu álbum "Roots".

Para os Xavantes não existe contradição entre absorver elementos "estrangeiros" (como roupas, relógio, comida) e manter viva sua tradição.

Alguns enxergam nisso uma forma de resistência à violência ideológica sofrida por todas comunidades "menores" ou menos "importantes" na sociedade globalizada e hierarquizada, para quem as tradições antigas são consideradas como ultrapassadas, como histórias sem sentido e sem valor na vida mercantil que rotula tudo que é diferente do "ideal" como ruim e atrasado.

Fonte: Wikipédia