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O que, meu bem, eu sou,
nem as fulgurantes legendárias Luas

de Saturno vão supor.

 

O que, meu bem, eu sou,
está entre mim e você.

Nas células intrincadas da humana criação.


No tecido do céu

costurado nas pétalas,

nas ervas, na pele e na dor

que pariu o produto deste ato falho

– Amor
 
Um beijo escondido

entre as loucas vertigens bandidas

de um velho cantador...

Coxas e veredas,
gargantas e veias,

Ossos e rua,

Lira de estrelas!

Quem sou...

Meu caminho é refém
Do aço frio das molduras
onde tento deslizar
meu tato
e resistir
ao movimento

de completa inconstância

que teima em insistir

 

E separar-me

de mim
Que voei!
Ameaçando os pilares básicos

da minha própria construção.

Sendo assim
meu bem
Diga o que disser e eu sou

Se um animal ferido na noite volátil é caça

mas caça,

mesmo com um olho só
o que restou

Você sabe

agora

então,

O que

meu bem

Eu sou...