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Aos leitores do Recanto das Letras

Sou um homem em busca da: "IGUALDADE, FRATERNIDADE E LIBERDADE"

Gosto de animais de estimação. adoro musica e poesia porque na verdade elas se confundem, gosto de amigos e amizades... amar e ser amado, sonhar e fazer parte de sonhos. interagir com pessoas, com elas aprender para que um dia eu possa tambem ensinar.

OBS:

Aqui no Recanto ou R.L. como chamamos carinhosamente este site, encontrei uma fonte de inspiração sem fim adoro estar aqui e poder interagir com vocês amigos poetas.

Eternas Ondas

Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio tão furioso;

Derrubando homens entre outros animais,
Devastando a sede desses matagais; (bis)

Devorando árvores, pensamentos seguindo
A linha do que foi escrito pelo mesmo lábio tão furioso.

E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar. (bis)

Zé Ramalho

Acontece

Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.

CARTOLA


A FLECHA E A CANÇÃO

Lancei uma flecha no ar,
Caiu no chão, onde foi parar?
Pois tão ligeira voou, que a vista
Não pôde seguir-lhe a pista.

Murmurei uma canção no ar,
Caiu no chão, onde foi parar?
Pois haverá tão perfeita visão
Que siga o vôo da canção?

Muito tempo depois, numa aroeira
Encontrei a flecha ainda inteira;
E a canção, do começo ao fim,
Um amigo guardou para mim.

LONGFELLOW

José 1960 - ANTOLOGIA POÉTICA


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...

Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

DRUMMOND...

Abraços aos amigos e interresados a serem.