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O papel tem sido um amigo de longa data. Desde criança, eu escrevo poesias. Assim, deixo meu profundo agradecimento ao papel:

Lágrimas desenhadas,
Grito rabiscado,
Sentimentos contados
Num pedaço de papel.

Minha alma eu jogo.
Paciência, eu rogo:
Ouça o meu gemido
Contornado no pedaço de papel.

Não há quem veja,
Sequer quem leia
Nos olhos marejados
O poema cravejado.

Quem me entende bem
E que vai além, é o papel:
Chora minhas dores,
Leva embora meus temores.

O que seria de mim sem o papel?
São ombros amigos
E eu choro de mansinho
Nos ombros do papel.