Vivo um estado claro de relatividade... mais me lembro de ter sido claramente uma boa época de minha passagem, crítica, estreita, cínica, debochada, chata, exigente, carente, controladora, sexual, animal, irritante, estressante, legal, pontual...me lembro de ter lido os olhos, os cantos de bocas, as mãos balançantes, pés desesperados, cabelos imóveis, rugas que transmitiam igualmente as mesmas palavras uma voz ausente. Me lembro das decisões inesperadas, das confissões perigosas, dos amores secretos, das respostas guardadas...
Quem sou "eu", eu não me lembro quem sou...pois vivo todos os dias pessoas relativamente diferentes...
Quem "estou", eu estou hoje dizendo por muitos dias, o quanto não vejo "ninguém"...14 de Julho de 2010
Sou dona de casa, morando numa cidade interiorana e arredia... sem amigos, sem convidados para o chá de fim de tarde; sem meninas, nem meninos; sem criança gritando Tiiiiaaa, eu te amooo. Sou uma pervertida, que deixei meus desejos lá fora, do lado errado da minha cabeça... sem ocupação, quase inválida, com tanto tempo livre que está me ocupando os pensamentos... sonhadora, quero continuar querendo...sou eu...