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POR QUE ESCREVO PARA TEATRO?
 
Escrevo para teatro porque existem muitas indagações dentro de mim e eu não consigo respondê-las. Escrevo porque há caminhos obscuros que tenho que percorrer e iluminar, mesmo que seja com uma luz diminuta. Escrevo por perplexidade diante da vida e, para não ficar emudecido, uso palavras que, por vezes, soam incompreensíveis. Escrevo porque há muita violência no mundo assim como há violência dentro de mim. Escrevo porque só viver não basta e viver sem a poesia do teatro, para mim, é insuportável. Escrevo porque ainda há algo que não se expressa e sei de antemão do meu fracasso em expressar o que inexprimível, mas eu tenho que tentar. Escrevo porque há escombros, porque há ruínas, principalmente psicológicas. Escrevo porque há falta de amor, há falta de amor, há falta de amor. Escrevo porque algo dentro de mim que se recusa a ser inteiramente civilizado; porque ainda preciso do meu lado inculto e principalmente necessito urgentemente e sempre do meu lado selvagem. Escrevo para os suicidas (para que não se matem); para as eternas crianças que se recusam a crescer num mundo ganancioso; escrevo para os desvalidos, para os esquecidos, para os amorosos e para os loucos. Escrevo, sim, para lançar o meu olhar no mundo, um olhar que quer ser generoso, que quer dar esperança. Escrevo porque há um único lugar no universo onde a poesia pode ganhar vida e mudar as mentes e os corações. Este lugar é o teatro!