Há pessoas que vivem a dura realidade da vigília, há
aqueles que se aquartelam nas faldas do sono e existem os
que freqüentam as regiões fronteiriças entre o sonho e o
mundo acordado. Eu sou habitante destas regiões. Transito
entre o sono e a vigília, bebendo dos dois mananciais.
Acordado sou fato, adormecido sou mito - não me comprazo em
ser nem um nem o outro, quero a onisciência de estar meio
desperto, ou meio adormecido, desta forma sou passado,
presente e futuro. Nas solitárias regiões limiares, colho
os frutos amargos da compreensão de mim mesmo, mas cresço
além das esferas de ambos os mundos, evoluo. Embora não
esteja lá nem cá, cada segundo é um novo despertar.
Wellington Rex